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02/Mar/2023

Boi: “vaca louca” paralisa mercado e pressiona preço

A suspensão dos envios de carne bovina à China desde o dia 23 de fevereiro, devido a um protocolo estabelecido entre o Brasil e o país asiático em casos de identificação de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), mais conhecida como “mal da vaca louca”, no rebanho nacional, enfraqueceu o ritmo de negócios no mercado interno e, consequentemente, os preços do boi gordo. O preço médio do boi gordo em São Paulo é de R$ 267,95 por arroba, com expressiva queda de 7,2% no acumulado de fevereiro. Ressalta-se que, até o dia 22 de fevereiro, antes da suspensão dos envios, o preço médio em São Paulo acumulava alta de 3,74%.

Como a EEB é uma doença degenerativa e que, portanto, não traz riscos ao rebanho brasileiro e à saúde dos consumidores da carne bovina, esse protocolo vem causando discussões entre agentes do setor, tendo em vista que traz implicações fortes à cadeia pecuária nacional. Ressalta-se que o Brasil tem status de "risco insignificante para EEB" reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Levando-se em conta que a China é o maior destino da carne brasileira, a atual suspensão leva frigoríficos a estocar a carne que seria enviada ao país asiático e/ou a direcioná-la ao mercado doméstico, ao passo que os pecuaristas tendem a segurar os bovinos no campo. Ambos os fatores implicam em maiores custos.

Parte dos agentes do setor espera que a retomada das vendas ocorra o mais breve possível. Apesar do atual cenário incerto e das recentes quedas nos preços do boi gordo, a média mensal de fevereiro foi de R$ 289,72 por arroba, superando em 1,31% a média de janeiro/2023, mas ficando significativos 16,1% abaixo da de fevereiro/2022, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI). Até antes de o caso atípico do “mal da vaca louca” ser confirmado, os valores do boi gordo vinham sendo sustentados pela oferta mais enxuta, tendo em vista as boas condições das pastagens. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.