28/Fev/2023

Segundo a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), a produção de peixes de cultivo no Brasil aumentou 2,3% no ano passado, para 860,355 mil toneladas. Desde 2014, a produção nacional de pescados em criatórios cresceu 48,64% no País, com média anual de 5,4%. A expectativa é terminar essa década com produção nacional acima de 1 milhão de toneladas. Para este ano, a perspectiva é de crescimento de produção e índice de crescimento superior ao de 2022 pelo volume de peixes que já estão alojados e porque será um primeiro semestre de preços aquecidos. A tilápia lidera a produção nacional de peixes de cultivo, com 550,050 mil toneladas produzidas no ano passado, alta anual de 3%. Foi a menor taxa de crescimento da produção de tilápia nos últimos anos em virtude dos baixos preços pagos ao produtor no primeiro semestre do ano passado, o que levou os produtores a diminuírem o alojamento no segundo semestre.

Este cenário deve mudar neste ano, com a previsão de retomada significativa no aumento da produção de tilápia em virtude da melhora no preço pago pela proteína ao produtor desde agosto de 2022. Em 2022, outras 267,060 mil toneladas de peixes nativos foram produzidos no País, avanço anual de 1,08%, após quatro anos sem crescimento. O principal produtor de peixes no País é o Paraná, com 194,100 mil toneladas produzidas. Na sequência, aparecem São Paulo, com 83,400 mil toneladas, e Rondônia, com 57,200 mil toneladas. A região que apresentou o maior crescimento em 2022 foi a Sul com avanço de 32% na produção de peixes, seguida pela Região Nordeste, com 19,8%. Há muitas oportunidades ainda na Região Centro-Oeste, onde está a cadeia de insumos e bons recursos hídricos. Do lado do consumo nacional, a Peixe BR realizou entrevista com 4,2 mil pessoas sobre o consumo de pescados.

Do total, 93% responderam que consomem peixes, destes 83% consideram os pescados como a proteína mais saudável e 77% consomem tilápia. De acordo com os dados da Peixe BR, consolidados em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), as exportações da piscicultura brasileira cresceram 15% em receita em 2022, atingindo US$ 23,8 milhões. Os Estados Unidos foram o principal destino dos pescados brasileiros, respondendo por 81% das exportações. A tilápia representou 98% das exportações, somando US$ 23,2 milhões em receita. As exportações de filés de tilápia congelados aumentaram 98% no ano, atingindo US$ 4,3 milhões. O Paraná liderou as exportações. A retomada das exportações dos pescados brasileiros para a União Europeia (UE), auto embargadas desde 2018, é uma das principais expectativas do setor para este ano.

Hoje, na União Europeia, a China domina sozinha com peixes congelados. Há um grande espaço na União Europeia. Além disso, grande parte dos países usa a plataforma sanitária da União Europeia como referência, como Israel que era um mercado importante para o pescado brasileiro. A atual participação do Brasil no mercado externo ainda é muito pequena. O setor trabalha para exportar 20% a 25% da produção até o fim da década. Em 2022, a piscicultura brasileira captou R$ 825,7 milhões em financiamentos para custeio e investimento. Do total R$ 775 milhões foram destinados ao custeio, 94% do total, e R$ 50,7 milhões para investimento. O Paraná captou R$ 233,5 milhões. No ano passado, o setor investiu menos em virtude da queda de preços dos pescados no primeiro semestre. Foi solicitado aos Estados que o licenciamento dos produtores seja prioridade para poderem buscar crédito. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.