27/Fev/2023
O governo federal aguarda o resultado do exame de tipificação do caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), doença popularmente conhecida como "mal da vaca louca", registrado em um bovino no Pará para avaliar o envio de uma delegação à China. O exame, feito no laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), em Alberta, no Canadá, vai identificar se o caso é clássico ou atípico, ou seja, que surge de forma espontânea no organismo do animal, sem risco de disseminação no rebanho nem ao ser humano. O laudo deve sair na quinta-feira (02/03). Se a análise apontar caso atípico, como indicam as características do bovino, uma comitiva formada por representantes do Ministério da Agricultura e diplomatas do Itamaraty deve ir à China ainda nesta semana. Mas, primeiro é preciso ter certeza da atipicidade para depois avaliar as medidas comerciais.
Com o caso sendo confirmado como atípico, o que é esperado pelo governo, o Brasil partirá para as tratativas de reabertura das exportações de carne bovina para o país asiático. O objetivo do governo, se for atípico, é negociar a retirada do auto embargo antes da missão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, prevista para 28 de março. A estratégia é liderada pelos Ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores, que argumentarão que o caso é isolado e que o País continua livre da doença. Seria um gesto, um sinal de boa vontade e de aproximação do lado chinês. Um protocolo bilateral assinado em 2015 por Brasil e China prevê a suspensão imediata e voluntária das exportações da proteína brasileira temporariamente em caso de identificação de EEB, mesmo sendo atípico, e exige a presença de uma delegação técnica do Ministério da Agricultura na China para discutir as condições para prosseguir com a exportação dos produtos.
Diante do caso, a Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena da República Popular da China (AQSIQ) deve reavaliar o status de risco do Brasil e se vai retomar as importações das proteínas. O Brasil seguirá os protocolos. É preciso aguardar o resultado e depois trabalhar para liberar mercado. Desde que a suspeita do caso foi identificada, no dia 20 de fevereiro, autoridades do Ministério da Agricultura e adidos agrícolas, se aproximaram dos pares chineses para prestar prontos esclarecimentos e tranquilizá-los sobre o caso isolado. No dia 23 de fevereiro, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, recebeu o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, para tratar do tema, que reconheceu o fato de o Brasil ter cumprido prontamente o protocolo sanitário. Ele mostrou disposição em agilizar a retomada de mercado. Também entende que é isolado e deve ser atípico. A China é o principal destino da carne bovina brasileira, respondendo por cerca de 50% dos embarques. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.