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24/Fev/2023

Boi: “vaca louca” terá impacto limitado na exportação

Segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), a suspensão protocolar das exportações de carnes bovina do Brasil para a China, a partir desta quinta-feira (23/02), após o registro de um caso de “vaca louca” no Pará, terá um impacto na balança comercial brasileira deste ano de aproximadamente US$ 500 milhões. O impacto será muito pequeno. Em abril, a situação deve estar normalizada. A rápida retomada é favorecida pelas relações entre os governos dos dois países. A China é o maior importador da proteína brasileira. O Banco Ourinvest também não vê motivos para alarmismo. O Ministério da Agricultura já se pronunciou dizendo que o registro no Pará, ao que tudo indica, é de um caso atípico da doença, o que as análises que estão sendo feitas no Canadá deverão confirmar.

A doença da “vaca louca” atípica aparece em animais mais velhos e, ao contrário da clássica, não infecta o ser humano nem se espalha pelo rebanho. Para a AEB, é preciso ter em mente que dos US$ 500 milhões a menos de exportação não estarão na balança comercial, boa parte virá da queda do preço do produto no mercado externo. Só em fevereiro houve uma queda de 7,5% (nos preços e, por consequência, na receita). Internamente, os preços já vinham caindo e esse episódio da “vaca louca” poderá acelerar a queda. Em 2021, quando foi registrado caso de “vaca louca” no Brasil, a suspensão das exportações de carnes para a China demorou pouco mais de 100 dias. Mas, a demora se deu mais por questão política do que pela sanitária, uma vez que o governo Bolsonaro primava por uma relação diplomática beligerante com o governo da China. Ao contrário do que aconteceu naquele ano, o presidente Lula não só mantém boas relações diplomáticas com a China como visitará o parceiro asiático em março.

Desta vez não haverá suspensão das exportações de carnes, mas sim um adiamento dos embarques. A solução para a retomada das exportações de carne bovina para a China será mais rápida do que em 2021 porque o diálogo entre os dois governos será mais fluido. Mas, há possibilidade de alguns países se valerem desse episódio de “vaca louca” no comércio global. Sempre existe o risco de países que já têm uma inclinação ao protecionismo demorarem mais para retomar as importações. Mas, mais pelo protecionismo do que por questões sanitárias, já que o sistema sanitário brasileiro é muito avançado. Desta vez, o Brasil pode ter a seu favor o processo de regionalização, ou seja, o caso do Pará é isolado e grandes Estados produtores não têm qualquer problema para exportar. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.