23/Fev/2023

Interrompendo a tendência de queda observada desde agosto de 2022, o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira voltou a subir em janeiro, considerando-se a “Média Brasil” (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo). O avanço, de 0,68%, esteve atrelado à elevação dos desembolsos em diversas categorias de insumo, principalmente a dos concentrados e suplementos minerais. Dentre os principais desembolsos do produtor, destacam-se os concentrados, os quais registraram, em janeiro, leve aumento de 0,12% na “Média Brasil” frente ao mês anterior, dando sequência ao movimento de alta para este insumo já observado desde agosto de 2022.

A elevação ocorreu principalmente em decorrência de aumentos nos preços dos grãos durante o mês. Para os suplementos minerais foi observado incremento de 0,75%, contrariando o movimento de baixa verificado desde outubro de 2022. Os adubos e corretivos, por sua vez, limitaram a alta dos custos, tendo em vista que caíram 5,62% de dezembro/2022 para janeiro/2023, também na “Média Brasil”. Essa desvalorização se deve às quedas nas cotações internacionais dos fertilizantes e à menor demanda interna, típica desta época do ano, após o plantio da safra. As cotações dos medicamentos também tiveram baixa, sendo a mais intensa, de 0,63%, a registrada para os antimastíticos.

Quanto ao poder de compra do produtor, os valores registrados em janeiro representaram piora na relação de troca. No mês, foram necessários 34,2 litros de leite para a aquisição de 1 saca de 60 Kg de milho, contra 34 litros em dezembro. Essa piora vem sendo observada desde agosto de 2022, quando eram necessários 23,1 litros para realizar a mesma aquisição. Nos últimos 12 meses, a média da relação de troca foi de 33,2 litros por saca de 60 Kg de milho, sendo fortemente influenciada pelas altas cotações do grão e pela acentuada desvalorização do leite no início de 2022. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.