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10/Fev/2023

Gripe aviária: PR quer se tornar unidade autônoma

Em meio aos focos de Influenza Aviária na América do Sul, o Paraná, maior produtor de frangos do País, intensifica as ações sanitárias de prevenção e controle dos plantéis. Entre as medidas, o governo do Estado pretende solicitar ao Ministério da Agricultura tornar o Estado ou a Região Sul uma unidade autônoma, como ocorreu com a peste suína clássica (PSC) quando foi reconhecido como área autônoma e como zona livre da doença. Segundo o governo estadual, o setor está crescendo no Paraná, abrindo novos mercados, fortalecendo posições e, portanto, precisa evoluir até mesmo para uma decisão técnica política com Executivo de constituir o Paraná ou a Região Sul do País, onde está 70% da avicultura nacional, uma unidade autônoma, isolada do resto do Brasil. Se, por exemplo, o vírus ingressar no Amazonas, derruba o status do Paraná perante o mundo. Mesmo que não tenham sido identificados casos da doença no Brasil, a situação requer atenção do governo estadual e dos agentes privados, dada a proximidade do Estado de países com focos da doença, embora o Brasil siga livre de gripe aviária.

Há preocupação porque Estados Unidos, Colômbia, Peru, Equador, Bolívia, Uruguai e Paraguai já identificaram a doença. Isso preocupa porque o Paraná responde por 34% da produção, por 40% da exportação da carne de frango e é o segundo produto que mais gera valor no campo. A medida de constituir o Estado uma unidade autônoma foi bem-sucedida na prevenção e controle da peste suína clássica. A tendência é seguir tecnicamente e politicamente nessa direção. Isso já foi objeto de conversa nossa com o novo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura na semana passada. O Estado também vai reforçar medidas de biossegurança para não ter um desastre caso essa enfermidade seja detectada. Nesta semana, o governo estadual reuniu a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) e o Comitê de Sanidade Avícola para debater o tema.

O Estado adota plano de prevenção contra gripe aviária desde 2011, quando os criadores passaram a ser obrigados a possuir tela nos aviários para limitar a entrada de animais externos. Outra ação adotada no momento é o reforço dos inquéritos sorológicos de aves caseiras no Estado. A região que faz fronteira com o Paraguai, onde já existem focos da doença, é monitorada em parceria com o Ministério da Agricultura por meio do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro). Na região, o governo estadual atua junto com governo federal reforçando medidas sanitárias de ingresso e, eventualmente, pode até evoluir para um aperto na entrada. O problema é que o vetor pode ser uma ave migratória, um pássaro qualquer, e não tem como ter controle sobre isso, mas existe a possibilidade de reforçar as medidas de biossegurança no entorno dos aviários para evitar o ingresso. O governador do Paraná vai conversar com Santa Catarina e Rio Grande do Sul para formarem um bloco isolado dos demais Estados brasileiros. É um planejamento de prevenção caso o vírus fique mais perto ou chegue ao Brasil.

Paralelamente, o governo local está intensificando as ações com os órgãos de controle e defesa sanitária do Estado, reforçando investimento para ampliar monitoramento com testes e fazer acompanhamento genético em toda a produção para evitar a entrada da doença. Se de um lado o recrudescimento dos focos da gripe aviária nos países próximos ao Estado acende um alerta vermelho no setor produtivo, a permanência do Estado livre de Influenza Aviária em meio à ocorrência de casos nos outros players pode gerar oportunidades para as exportações de frango do Paraná. Isso desloca o eixo de originação. Quando o mundo olha com receio para os Estados Unidos, porque há Influenza Aviária no território, o comprador pode optar por originar no Paraná ou em Santa Catarina. Para o Brasil, isso pode significar até uma ampliação do horizonte comercial a favor da avicultura nacional. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.