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09/Fev/2023

Boi: perspectivas positivas para exportação de carne

O ano de 2023 começou confirmando as perspectivas desenhadas pela cadeia pecuária nacional, de que as vendas de carne bovina ao mercado internacional devem seguir registrando bom desempenho. Em janeiro de 2023, o volume de carne bovina in natura exportado pelo Brasil somou 160,1 mil toneladas, um recorde para o mês, superando o até então melhor início de ano, registrado em 2022, quando 140 mil toneladas da proteína foram embarcadas pelo País. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Frente ao mês anterior (dezembro/2022), o aumento na quantidade escoada é de 4,8%, e em relação a janeiro do ano passado, o avanço é de 13%. Esse cenário é resultado de um aquecimento do mercado chinês com a antecipação das compras, devido ao feriado do Ano Novo (comemorado no encerramento de janeiro). Para os próximos meses, o setor exportador nacional está otimista, à espera de que os embarques sigam intensos.

Além da continuidade dos envios à Ásia, os Estados Unidos têm sido um importante demandante da carne brasileira, e novas plantas brasileiras foram habilitadas para exportar carne bovina à Indonésia. Em 2022, foram exportadas pelo Brasil cerca de 20 mil toneladas de carne bovina à Indonésia, o que representa apenas 0,9% do total escoado pelo setor exterior no ano. Apesar disso, o destino se mostra potencial, tendo em vista que é um país em crescimento. Desconsiderando-se os meses de outubro e novembro de 2021 (quando os envios à China, o maior destino da carne brasileira, estiveram suspensos por conta de dois casos atípicos de “vaca louca”), as exportações da proteína in natura se mantêm acima de 100 mil toneladas desde julho de 2018. Ou seja, esse patamar está praticamente consolidado para os setores exportador e, sobretudo, produtivo, que, após intensos investimentos, vem garantindo ganhos de produtividade e manutenção da qualidade da carne brasileira. Por outro lado, um fator que pode frear o bom desempenho das exportações ao longo de 2023 é a valorização do Real frente ao dólar.

Ainda que a moeda norte-americana tenha oscilado com certa força nestas primeiras semanas do ano, o dólar chegou a operar a R$ 5,03 no começo deste mês, o menor patamar desde o encerramento de agosto do ano passado. Um dólar enfraquecido tende a reduzir a competividade da carne brasileira no mercado internacional. Além disso, o setor exportador está atento a temores de uma recessão global, o que poderia limitar o consumo da carne. A receita obtida com as vendas externas de carne em janeiro de 2023 foi de US$ 775,78 milhões, sendo este o melhor primeiro mês da história. O aumento na comparação mensal foi de 2,55%, e na anual, de 6%. Esse crescimento no montante, contudo, foi limitado pela queda nos preços pagos pela carne bovina in natura brasileira, que, em janeiro, registrou o menor patamar desde dezembro de 2021. Dados da Secex mostram que a média de janeiro/2023 foi de US$ 4.842,90 por tonelada, 2,18% inferior à de dezembro/2022 e 6,47% abaixo da de janeiro/2022. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.