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09/Fev/2023

Lácteos: preços internacionais em alta neste mês

No dia 7 de fevereiro, foi realizado o 325º evento do leilão Global Dairy Trade, e uma variação positiva nos preços internacionais dos lácteos foi observada. O terceiro evento do ano de 2023 da plataforma GDT apresentou uma movimentação de +1,86% na média de seus preços, fechando em US$ 3.456,00 por tonelada. Nesta quinzena, observa-se um leve avanço no volume negociado. Foram negociadas 32.582 toneladas de lácteos, volume 2,23% superior em relação ao último leilão. Diferentemente dos últimos anos, a primeira quinzena de fevereiro de 2023 apresentou avanço no volume negociado, demonstrando uma recuperação do mercado internacional. Dentre as variações dos preços dos derivados, observa-se os seguintes movimentos: leite em pó desnatado -0,46%, fechando em US$ 2.829,00 por tonelada, queijos +2,24%, a US$ 4.980,00 por tonelada, manteiga +6,65%, a US$ 4.745,00 por tonelada.

O preço médio do leite em pó integral passou por variações positivas, saindo de US$ 3.218,00 por tonelada para US$ 3.329,00 por tonelada. Com as sucessivas quedas dos preços internacionais, os preços estavam operando em patamares baixos, o que refletiu em aumento da demanda (e consequentemente um maior volume negociado), ocasionando uma pressão de alta nos preços praticados. Outros pontos que impulsionaram o cenário altista foram os dados econômicos dos Estados Unidos e a recuperação da China. Segundo o Departamento do trabalho dos Estados Unidos, o desemprego no país atingiu o menor patamar dos últimos 50 anos, com a criação de um número expressivo de novos empregos. Fortalecendo a economia mundial tem-se a China em um período de recuperação após o fim de medidas restritivas, e a reabertura econômica do país.

Em relação aos contratos futuros de leite em pó integral no GDT e na Bolsa de Futuros da Nova Zelândia, ambas as projeções são otimistas. O GDT aponta um cenário altista, com os preços atingindo os US$ 3.425,00 por tonelada em julho. A NZX Futures projeta um cenário mais estável, com os preços operando na casa dos US$ 3.450,00 por tonelada ao longo dos próximos meses. Para entender o impacto das negociações do evento GDT no mercado nacional, considerando o câmbio de segunda-feira (06/02), de R$ 5,17, e o valor do leite em pó integral internacional (US$ 3.456,00 por tonelada), para chegar ao preço equivalente de um leite importado colocado no Brasil, que seria de R$ 2,06 por litro. Esse valor está abaixo, se comparado com o leite pago ao produtor no mês de janeiro, fechado na média de R$ 2,52 por litro e inferior se comparado ao preço do leite spot da primeira quinzena de fevereiro (R$ 3,11 por litro na “média Brasil”).

Bom destacar que, apesar de o GDT ser o principal balizador de preços de lácteos do mundo, nos últimos meses os principais fornecedores de lácteos ao Brasil (Argentina e Uruguai) têm praticados preços superiores aos do GDT. Os preços praticados no Mercosul na segunda quinzena de janeiro passaram por elevações, fechando em US$ 3.900,00 por tonelada para o leite em pó integral. Considerando o dólar a R$ 5,17, chega-se ao preço equivalente de um leite importado colocado no Brasil, que seria de R$ 2,37 por litro, valor também abaixo do leite brasileiro pago ao produtor e no mercado spot. Em meio a alta volatilidade, o dólar voltou a ganhar força frente ao Real.

Nesta última semana, o dólar opera em alta, com repercussão de dados econômicos norte-americanos, de criação de um número expressivo de novos empregos, o que tende a ocasionar movimentações menos agressivas por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para os juros do país. No Brasil, investidores focam nos efeitos das declarações do novo governo sobre a autonomia do Banco Central. No mercado interno, os preços dos derivados lácteos passaram por um ciclo de altas ao longo de janeiro, que foi encerrado na última semana do mês, e um cenário baixista se formou no início de fevereiro. Desta forma, mesmo com elevação taxa de câmbio e aumento dos preços internacionais, as importações seguem competitivas frente aos lácteos brasileiros. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.