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07/Fev/2023

Brasil: possíveis áreas de risco para a gripe aviária

A chegada da Influenza Aviária à Bolívia e os riscos de sua introdução no Brasil colocou foco, particularmente, no estado de Rondônia. Na verdade, porém, são quatro os Estados brasileiros fronteiriços à Bolívia. Na Região Norte, além de Rondônia, o Acre; e, na Região Centro-Oeste, dois Estados grande produtores e exportadores de carne de frango: Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Mais preocupante, porém, é o fato de os focos registrados se encontrarem a pequena e quase mesma distância de cidades das Regiões Centro-Oeste e Norte do País. Ou seja: a distância entre Sacaba (cidade boliviana do departamento de Cochabamba, onde foi identificada a presença do vírus) e, por exemplo, cidades brasileiras como Vilhena (Rondônia), Cáceres (Mato Grosso) e Corumbá (Mato Grosso do Sul) é de aproximadamente 1.500 Km em linha reta. Nessas regiões é que precisam ser concentrados esforços de vigilância.

O que também chama a atenção no tocante aos surtos registrados na América Latina é que, excetuados os atuais casos na Bolívia (envolvendo aves de criação doméstica), em todos os demais registros a ave afetada é o pelicano. A própria Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) faz referência a isso ao citar que entre as aves selvagens afetadas nas Américas estão o pelicano peruano (Pelicanos thagus) e o pelicano pardo (Pelecanus occidentalis). O questionamento é se as rotas migratórias dos pelicanos passam ou têm como destino o Brasil. Apenas uma espécie dessa ave (o pelicano pardo - Pelecanus occidentalis) nidifica no Brasil. E o faz nos rios da Amazônia, principalmente no Rio Negro. Um trabalho técnico no journal “Research, Society and Development (pelicanos pardos e suas interações com pescadores artesanais no Parque Nacional de Anavilhanas)” confirma a presença da ave na região.

Segundo o Instituto Chico Mendes (que administra o Parque Nacional de Anavilhanas, unidade de conservação da natureza localizada no estado do Amazonas e que abrange os municípios de Manaus, Iranduba e Novo Airão), esse trabalho mostra que na íntima interação com os pelicanos, os pescadores locais não só alimentam a ave, como também a consomem (um único caso registrado). Tal relato é, sem dúvida, preocupante. Pois, mesmo sendo poucos até hoje os casos de Influenza Aviária em humanos, aqueles já registrados envolveram indivíduos que tiveram contato mais próximo com as aves infectadas. Intensificar a vigilância sanitária aos pelicanos, estendendo-a aos pescadores torna-se fundamental. Fonte: AviSite. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.