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07/Fev/2023

Ovos: Brasil busca ampliar mercados para exportação

O protecionismo no Hemisfério Norte impede um crescimento mais forte das exportações brasileiras de ovos. Os mercados norte-americano e europeu continuam fechados, apesar da escassez da proteína causada pelos abates sanitários, feitos para evitar a propagação da gripe aviária. Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) já estava negociando com o mercado norte-americano, mas não é um acordo que sai rapidamente, a menos que haja uma emergência e os Estados Unidos abram uma cota. Os ovos estão sendo negociados a US$ 8,00 por dúzia (quase R$ 40,00 por dúzia no câmbio atual) na Califórnia (EUA) e o país ainda está na metade do inverno. De acordo com a ABPA, o Brasil exportou apenas 0,4% das 52 milhões de unidades produzidas no ano passado, ou 9,48 mil toneladas de produtos in natura e processados, volume 16,5% menor que o de 2021.

Neste ano, a produção deve encolher 2%, a 51 milhões de unidades, e os embarques podem crescer até 10%, para 11 mil toneladas. A tendência é que os embarques aumentem, especialmente os de produtos processados, porque a logística é mais fácil e dá matéria-prima para a indústria desses países trabalharem. A Mantiqueira Brasil, maior produtora e exportadora de ovos do País, afirma que os Estados Unidos mantiveram suas portas fechadas ao Brasil mesmo em 2014, ano da última grande crise da gripe aviária antes da atual. Mas, quando há escassez, abrem-se fronteiras. A Mantiqueira vende ao exterior aproximadamente 4% da sua produção. Enquanto os grandes mercados não se abrem, é possível exportar para os países que pararam de comprar desses mercados devido a problemas sanitários.

O Brasil pode atender os países que Estados Unidos e Ucrânia atendiam, podendo ocupar espaço no Japão e no Oriente Médio. Para a Efficienza, empresa de assessoria para o comércio exterior, o valor do ovo no mercado externo pode elevar as cotações internas. Embora o Brasil seja suficiente na produção de ovos e não deva ter escassez, os brasileiros enfrentarão o encarecimento do produto devido à diminuição da produção e, ao mesmo tempo, ao valor do mercado externo. A ABPA não vê risco de os embarques prejudicarem a oferta no Brasil, já que representam uma parcela pequena da produção. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço do ovo branco está hoje 11% mais caro do que há um ano, a R$ 139,00 por caixa de 30 dúzias. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.