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30/Jan/2023

Medidas de biosseguridade contra Influenza Aviária

Garantir a excelência da avicultura brasileira tem seus desafios diários. E uma das preocupações mais recorrentes tem sido em evitar algumas doenças, como a Influenza Aviária. Essa enfermidade atinge de forma agressiva o sistema respiratório das aves e pode impactar, também, o produtor com perdas significativas na produção. Algumas iniciativas, como as chamadas de medidas de biosseguridade buscam incentivar os produtores de aves e funcionários a evitarem ao máximo a contração de doenças nos lotes. Isso implica em inúmeras regras que podem ser diferenciadas de acordo com a finalidade do aviário: de frango, de corte, de matrizes. As principais medidas envolvem a necessidade do uso de paramentação para contato com as aves, no caso de frango de corte, usar botas plásticas trocando-as em cada aviário visitado e aventais descartáveis e a indispensabilidade de banhos completos e a utilização de uniformes da própria granja no caso de aviários matrizes, além da desinfecção dos caminhões que entram nas propriedades com desinfetantes na dosagem necessária e com arcos de desinfecção funcionando corretamente.

Além dos tradicionais cuidados com as instalações, como correta vedação, é fundamental certificar que as pessoas que possuem contato direto com aves de produção não tenham contato ou criem outras aves, como as caipiras, silvestres, ornamentais, e principalmente migratórias, já que elas podem fazer com que o vírus da Influenza Aviária fique nos humanos, que consequentemente podem repassar às aves nos aviários. Essas medidas podem evitar não só a Influenza Aviária, mas outros importantes desafios sanitários como salmoneloses e micoplasmores, que também são doenças de muita preocupação para a avicultura brasileira. É fundamental estar atento no fluxo de pessoal dentro das granjas, evitando a movimentação de pessoas que tiveram contato com lotes contaminados, além de cumprir o vazio sanitário conforme especificação do médico veterinário responsável, respeitando também idades dos lotes e tipos de estabelecimentos avícolas. Dentre os principais prejuízos ao produtor está o descarte do plantel. No entanto, os danos podem se estender a longo prazo a diversos produtores. A Influenza Aviária vai muito além de apenas um surto, pois algumas normas exigem que se um produtor tem a sua criação acometida pela doença, significa que outros produtores também podem sofrer com as consequências, já há um raio de monitoramento com o objetivo de evitar uma disseminação.

Se um lote de aves contrai a Influenza Aviária, além do descarte, o alojamento passa a sofrer posteriormente, medidas impostas pelos órgãos fiscalizadores, que são intensas desinfecções e um alojamento gradativo para entender se o ambiente está seguro para o alojamento de um novo lote. E isso ocorre não só no aviário que contraiu a doença, mas em todas as granjas próximas. Hoje, o Brasil é considerado como um porto seguro, em se tratando de produção e exportação da carne de frango de qualidade para o mundo. Só no ano passado, o País foi responsável pelo envio de mais de 4,8 milhões de toneladas a países como China, Emirados Árabes, Filipinas, União Europeia e Coreia do Sul, todos estes registrando alta no consumo da proteína animal brasileira. É por isso que há, atualmente, uma preocupação intensa para impedir a Influenza Aviária, justamente para manter as exportações e evitar uma espécie de caos neste mercado, pois se em um determinado momento houver casos dessa doença na produção de aves brasileiras, pode acarretar no impedimento da exportação dessa proteína animal. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) fez alerta da ABPA em relação ao retorno de brasileiros participantes de eventos internacionais. Segue o comunicado:

“Temos a informação de que quase 800 profissionais da avicultura brasileira estão, neste momento, participando do IPPE, a maior feira do setor no mundo. Na mesma feira, produtores, empresários, técnicos, fornecedores e demais membros da avicultura de todo o mundo estão presentes. Uma enorme parcela (talvez a maioria) é proveniente de países com focos ativos de Influenza Aviária. O país-sede do evento, os Estados Unidos, vivem a mais grave crise da enfermidade em sua história. Nos próximos dias teremos outra grande feira, a Gulfood, sediada em Dubai (UAE). Neste contexto, a ABPA convoca a todos os membros do setor (especialmente os gestores das empresas que produzem e que fornecem para o setor) para o cumprimento dos protocolos de biosseguridade no retorno ao Brasil: cumpram o período obrigatório de quarentena de 14 dias sem visitas a instalações no Brasil. Isto inclui granjas, frigoríficos, fábricas de ração e outras; lavem roupas e (especialmente) sapatos trazidos no retorno da viagem, para descontaminação; lembrem de manter total cumprimento ao Protocolo de Biosseguridade da ABPA que determina, entre outros pontos, a suspensão total de visitas de pessoas estranhas às unidades de produção. O momento é delicado, e todos os cuidados são fundamentais para preservar o Brasil como único país a nunca registrar focos e atualmente permanecer livre da doença.” Fonte: ABPA e AviSite. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.