ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

26/Jan/2023

Boi: diferença recorde entre preço de macho e fêmea

Em São Paulo, a diferença média entre os preços das arrobas dos bovinos machos e fêmeas prontos para abate atingiu o maior patamar para um início de ano. A diferença entre os valores médios está em expressivos R$ 23,48 por arroba nesta parcial de janeiro, com vantagem para o macho. Trata-se da maior diferença da série histórica mensal do Cepea desses produtos para o primeiro mês do ano, iniciada em 2000 no caso da vaca. Como comparação, a diferença média entre os preços da arroba do macho e da fêmea de janeiro de 2000 a janeiro de 2023 é de apenas R$ 8,41 por arroba.

Em 2020, a diferença média anual foi de R$ 11,48 por arroba, e em 2021, de R$ 11,39 por arroba, ambas acima do patamar histórico. No entanto, em 2022, a diferença média anual saltou para R$ 23,77 por arroba, evidenciando que, já no ano passado, houve um movimento maior de fêmeas no mercado. Em janeiro do ano passado, a diferença média estava em quase R$ 15,00 por arroba, o que já era, até então, um recorde para o mês. Nos anos de 2020 e 2021, as diferenças em janeiro foram de respectivos R$ 11,90 por arroba e R$ 10,20 por arroba.

Na média dos meses de janeiro, desde 2000, a diferença é de R$ 8,35 por arroba, quase três vezes menor que a verificada no primeiro mês de 2023. Esse cenário se deve à sustentação dos preços do macho, principalmente focado no mercado de engorda, mas também à queda dos valores da vaca. De dezembro/2022 para a parcial deste mês, enquanto o boi gordo apresenta desvalorização nominal de 2,68%, o preço da vaca registra queda mais intensa, de 4,31%. No caso do boi, os valores são sustentados pela forte demanda internacional pela carne, sobretudo chinesa.

Muitos pecuaristas de São Paulo se mantêm focados na produção ao país asiático e na engorda de bois em confinamentos. Já no caso da vaca, a carne destina-se especialmente ao mercado brasileiro, que, vale lembrar, atravessa um período de demanda enfraquecida, tendo em vista o fragilizado poder de compra de grande parte da população, com frigoríficos regionais focados nesse mercado. Assim, o cenário de baixa oferta de fêmeas (período de reprodução no final e começo de cada ano) acaba limitando quedas mais intensas nos preços dessa categoria.

Outro fator que tende a influenciar as médias é o fato de, no caso das fêmeas, as vacas e novilhas serem consideradas para cálculo, e, consequentemente, a participação de uma categoria ou da outra aumentar ou diminuir, podendo influenciar nos valores médios. Agora, o cenário que vem chamando a atenção nos últimos anos é o aumento da produtividade e da oferta de bovinos, que tende a elevar a disponibilidade no campo. Esse contexto, em conjunto com os custos mais elevados, deve fazer com que mais fêmeas sejam destinadas ao abate, reforçando a pressão sobre os preços dessa categoria. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.