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26/Jan/2023

Prêmio do "boi China” sobre “boi comum” despenca

A diferença de preços entre o boi comercializado no mercado interno brasileiro e o do bovino destinado à exportação, que no ano passado chegou a R$ 15,00 por arroba, hoje não passa de R$ 5,00 por arroba. Bovinos que têm como principais características ter quatro dentes e até 30 meses atendem principalmente o mercado chinês e, no ano passado, foram bastante demandados. Com a maior oferta de fêmeas no segundo semestre de 2023 e o aumento do estoque de machos, além do consumo de carne bovina ainda enfraquecido no mercado doméstico, o ágio diminuiu consideravelmente. Segundo o Rabobank, a oferta restrita foi o grande impulso para os prêmios pagos sobre o "boi China", que nos momentos de pico de demanda foi o mais procurado. No segundo trimestre de 2022, a tendência de queda desse ágio já era percebida com o cenário de aumento na oferta de fêmeas, incremento dos estoques de machos e demanda doméstica fraca. Como resultado, houve um cenário de queda de preços que durou até novembro/2022.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) destaca o fato de a China, principal comprador do produto brasileiro, ter renegociado preços, argumentando efeitos das restrições da Covid-19 no mercado local. A carne desossada e congelada vendida ao país valia de janeiro a julho de 2022 entre US$ 6.500,00 e US$ 7.000,00 por tonelada. Em setembro, essa cotação caiu para US$ 6.300,00 por tonelada, em outubro a US$ 6.100,00 por tonelada e em novembro, para US$ 5.300,00 por tonelada, em média. Esse cenário deve se manter enquanto o consumo brasileiro continuar fraco e os chineses não elevarem a procura. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) pondera que as notícias da última semana, com a retomada de habilitações de frigoríficos pela China, além da autorização para outras onze plantas, e a abertura de mercado da Indonésia, foram positivas para o setor. A China derrubou a suspensão dos embarques da maior planta da JBS no Brasil, que vigorava desde março de 2022. Novas aberturas de mercado sinalizam demanda maior, mas se o preço da China vai se valorizar dependerá do movimento no mercado de lá.

Mas, é preciso avaliar como se dará a recomposição da oferta de proteína animal. A CNA avalia que após as comemorações do Ano-Novo Chinês, que terminam no domingo (29/01), a demanda pode voltar a crescer. Podemos haver a retomada das compras chinesas a partir de fevereiro. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sinalizam para maior apetite chinês. Essa demanda acontecendo, pode proporcionar a volta do ágio (maior) entre os bois negociados, mas não como há um ano, quando a diferença poderia chegar até R$ 25,00 por arroba. O Cepea destaca que os pecuaristas se adaptaram ao “padrão China” e investiram fortemente em genética, nutrição, sanidade, manejo e pasto. Tudo isso favoreceu a produção de bovinos cada vez mais jovens. A maior oferta desta categoria também vem da engorda no cocho, que permite que os bois fiquem mais próximos das exigências chinesas. No segundo semestre, normalmente cresce a oferta de bois oriundos do confinamento, e isso contribuiu para pressão sobre o preço da arroba exportada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.