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19/Jan/2023

Boi: custos de produção sobem no sistema de cria

Os custos de produção da pecuária de corte nacional apresentaram em 2022 movimentos distintos entre as fazendas típicas que representam o sistema de cria e as de recria-engorda, com aumento para o primeiro caso e queda para o segundo. O fator determinante para esse resultado foi a desvalorização do bezerro, que é o principal insumo do pecuarista que trabalha com a recria-engorda. Já os demais insumos utilizados na produção de gado de corte de ambos os sistemas registraram valorizações significativas ao longo de 2022. E, por enquanto, o cenário que se desenha para 2023 é de incremento nos custos de produção, sobretudo por conta do dólar ainda alto, que mantém encarecidos os insumos importados, e ao contexto externo, como a guerra na Ucrânia e a possibilidade de recessão global. No caso do câmbio, o relatório do Banco Central (Boletim Focus) divulgado no dia 26 de dezembro/2022 indica que o dólar deve operar na casa dos R$ 5,27 em 2023.

No que se refere à alimentação animal, mesmo com a possibilidade de colheita recorde de milho no Brasil, os patamares de preços podem seguir elevados, diante das incertezas das condições de oferta e de procura globais. Na B3, os contratos futuros de milho operam em torno de R$ 90,00 por saca de 60 Kg. Além disso, o dólar alto deve favorecer as exportações do cereal. As exportações brasileiras de milho estão estimadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 45 milhões de toneladas, 8% acima das da temporada 2021/2022 e um recorde. De 2021 para 2022, o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária de corte subiu 10,15% no caso das propriedades de cria, mas caiu 12,56% no de recria e engorda, considerando-se a “Média Brasil” (Acre, Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins). Em 2021, os avanços haviam sido de respectivos 22% e 18%.

Os grupos de insumos que apresentaram elevações mais significativas para as duas atividades foram os suplementos minerais, os medicamentos de controle parasitário e os combustíveis. Especificamente no caso dos suplementos minerais, as valorizações em 2022 foram de 20,41% para os sistemas de cria e de 9,25% para os de recria-engorda. Esses reajustes são consequência dos encarecimentos da importação dos fosfatos utilizados na formulação das misturas e dos fretes. Em Mato Grosso, que concentra o principal rebanho do País, houve valorização de expressivos 25% para os minerais. Do lado da receita, a retenção de fêmeas em 2020 e em 2021 resultou em investimentos na produção de animais jovens que, por sua vez, começaram a entrar no mercado em 2022 e que devem continuar sendo disponibilizados em 2023, pressionando os valores da reposição. E uma possível recuperação na oferta de boi gordo deve enfraquecer os valores de negociação da arroba, especialmente no primeiro semestre de 2023. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.