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19/Jan/2023

Biodigestores para elevar produção de energia limpa

O uso de biodigestores em granjas de suínos e aves e em fazendas de pecuária tem potencial de gerar até 39 milhões Nm³/dia (metros cúbicos, em condições normais de temperatura e pressão) de biogás no País. O volume equivale a cerca de 32% da capacidade brasileira de geração limpa, que no caso dos biodigestores vem também dos dejetos dos animais. Segundo a Embrapa Suínos e Aves, o País tem hoje por volta de 800 plantas de biogás distribuídas no território, e grande parte delas é do agro. O setor sucroenergético responde por grande parte dessa energia. A transformação de gás metano dos excrementos em energia elétrica é uma alternativa para a descarbonização do setor, que pode alterar o potencial de contribuição do metano da cadeia para o aquecimento global.

O Brasil é signatário do “Compromisso Global de Metano”, acordo que prevê redução das emissões de metano em 30% até 2030. O cenário é positivo para o Brasil nessa área, mas há desafios à frente, em especial a logística. Há os desafios logísticos de transportar e concentrar esses resíduos. O custo da coleta é pouco significativo: vale a pena para o pequeno e o grande produtor. Os preços dos equipamentos podem variar, sendo que um reator CSTR (com melhor capacidade de atuação) pode custar até duas vezes mais que um biodigestor "lagoa coberta", que é um geomembrana, e atende os pequenos produtores. O uso de biodigestores tem sido incentivado para agricultores familiares.

Em Mato Grosso do Sul, o programa Leitão Vida, administrado pela Secretaria de Meio Ambiente (Semagro), registra 116 granjas de suínos com biodigestor entre os 256 cadastrados no programa. De acordo com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar de Mato Grosso do Sul, atualmente, cerca de 32 propriedades transformam este biogás em energia elétrica por meio de queima, gerando mais 12,8 milhões de quilowatts/hora por ano. O volume daria para abastecer uma cidade com pouco mais de 5 mil habitantes durante um ano.

A produção de suínos, dentro da cadeia de proteína animal, lidera o uso de biodigestores, seguida pela bovinocultura de leite que, segundo a Embrapa, tem crescido nos últimos anos em função dos processos de confinamento. Em Santa Catarina, Estado que detém a maior produção de suínos do País, os produtores trabalham com o equipamento e aqueles que ainda não utilizam são incentivados a adotá-lo. O governo do Estado oferece subsídios aos agricultores participantes do Pronaf ABC Mais Bioeconomia, programa do governo federal voltado à construção de sistemas de energia limpa no meio rural. A pasta arca com parte dos juros de empréstimos captados por esses agricultores para construção de biodigestores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.