17/Jan/2023

O Itaú BBA avalia que 2023 deve ser marcado pela continuidade dos descartes de vacas. Parte do aumento da oferta de gado pronto neste ano deve vir da maior proporção de fêmeas nos abates, sobretudo se o preço do bezerro continuar caindo, pressionando ainda mais a margem da cria. Os preços da carne bovina e do boi gordo devem seguir mais fracos no curto prazo, reflexo de uma demanda interna pressionada neste início do ano. Haverá uma oferta de gado pronto para abate crescente, embora o produtor disponha de boas condições dos pastos para moderar as vendas.

Os confinadores estão sem estímulo para a atividade em virtude dos vencimentos futuros do boi gordo na B3, que estão em baixa em relação ao mês anterior. A situação de baixos resultados projetados para as entregas dos confinamentos nos próximos meses pode moderar a oferta de animais padrão exportação e reduzir a demanda por boi magro diminuindo um pouco mais seus preços. O volume de gado de confinamento é menor nesta época do ano por causa do clima favorável, que é de chuvas em quase todas as regiões mais relevantes em pecuária. E com os insumos da ração caros, o estímulo à engorda intensiva teria que vir de uma arroba de entrada no confinamento mais barata ou de uma reação da curva futura do boi gordo.

Do ponto de vista da indústria, os spreads mais pressionados, tanto no mercado interno quanto no externo, são limitadores dos preços do gado. Embora a perspectiva para as exportações neste ano seja no geral positiva, inclusive para a China diante da gradual reabertura, apesar das incertezas, a pressão negativa nos preços de exportação é o ponto de atenção para o curto prazo, sendo importante acompanhar a dinâmica dos preços das carnes na China. Apesar de os preços da carne bovina não terem cedido no atacado chinês, os de frango e suínos acomodaram um pouco em dezembro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.