17/Jan/2023

Segundo o Itaú BBA, os elevados custos dos grãos, além das dificuldades de repasses de preços, sobretudo no mercado interno, deverão continuar pressionando as margens da avicultura de corte no início de 2023. É de se esperar taxas mais baixas de crescimento da produção neste ano, assim como observado em 2022, quando o setor moderou a expansão da atividade para 2,5% a 3% anualizado vindo de 6% a 7% na segunda metade de 2021. Os próximos meses serão de consolidação dos números da safra e verão (1ª safra 2022/2023) de grãos e de desafios macroeconômicos importantes.

Tendo em vista o pequeno crescimento do PIB em 2023, projetado em 0,9% pela equipe de análise macroeconômica do Itaú Unibanco, e os desafios orçamentários relevantes, é improvável que o ambiente econômico doméstico abra espaço para grandes elevações dos preços da carne a ponto de fortalecer as margens, supondo que os custos de produção não devem aliviar muito, pelo menos ao longo do primeiro semestre, antes da entrada da 2ª safra de 2023. A demanda externa se manterá favorável, com o avanço da gripe aviária na maior parte do globo, inclusive em países vizinhos da América do Sul, além da pouca resposta em termos de crescimento das exportações dos países concorrentes, caso da União Europeia, Tailândia e China tendem a favorecer o fluxo de exportações do Brasil.

Mesmo no mercado interno, o consumo tende a expandir, embora de forma moderada. Apesar do alto nível do consumo per capita brasileiro, isso não tem impedido expansões adicionais nos últimos anos. Em contrapartida, os preços mais baixos dos cortes de dianteiro bovino trouxeram a relação de preços frango/dianteiro para a mais próximo da média histórica, anulando o apelo adicional nos preços relativos que ave teve no mesmo momento dos últimos dois anos, o que não deve mudar em 2023 dada a maior oferta de gado, o que indica uma maior competição pelo consumidor final. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.