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13/Jan/2023

Leite: estiagem no RS está prejudicando produção

As chuvas mal distribuídas, esparsas e muitas vezes pouco volumosas que caracterizam o verão no Rio Grande do Sul, em especial nos últimos três anos, sob os efeitos do fenômeno La Niña, seguem afetando a produção leiteira. Pelo quarto ano consecutivo, o produtor de leite ingressa na entressafra (época do ano em que a atividade já registra queda na captação de leite em razão da falta de pastagens) com dificuldades. Há regiões onde as lavouras de milho para silagem já apresentam perda irreversível entre 50% e 60%, chegando até 100% em áreas críticas. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag) adverte que se as condições climáticas se mantiverem como estão até o momento as consequências serão piores que nos últimos anos.

O Estado registra mais de 70 municípios em situação de emergência. Nas regiões das Missões, Central, Fronteira e Noroeste há relatos de queda na captação de até 60% dependendo da propriedade. Quem consegue manter a alimentação das vacas consegue manter a produção mais ou menos inalterada, só que isso implica em ter condições de bancar os custos. O custo normal para a produção é de R$ 2,20 por litro, pouco abaixo daquilo que os produtores recebem da indústria. Com a necessidade de complementar a ração das vacas, esse valor cresce em pelo menos 50%. A Associação de Produtores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando) destaca a gravidade da situação e sua influência na continuidade das famílias na atividade leiteira.

Atualmente, só consegue manter a produção estável o produtor com uma estrutura bem estabelecida e condições para tomar crédito. Aquele que vem se endividando e vendendo suas vacas para pagar as dívidas, está deixando o setor. E quem sai da atividade não volta, pois precisa de dois anos de investimento para criar uma vaca até a idade de produzir. Hoje, cerca de 30 mil produtores vendem leite pelo Talão do Produtor, número que já foi de 80 mil, e que, segundo a Emater-RS, era de 44 mil em 2021. A entidade já enviou ao Ministério da Agricultura documento para ser analisado sobre a situação do setor e a revisão dos patamares de importação de leite pelo Brasil. Fonte: Correio do Povo. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.