12/Jan/2023

O mercado físico do boi gordo segue pouco movimentado, com pecuaristas retendo boiadas e frigoríficos demandando pouco, frente ao fraco escoamento de carne bovina e as escalas de abate, que seguem confortáveis. As negociações estão lentas e os preços pressionados Brasil afora. A ponta vendedora está travada. A pressão por parte dos frigoríficos está levando a esse movimento dos pecuaristas, que acabam optando por segurar a oferta. A possibilidade de os preços se sustentarem no curto prazo é pequena, especialmente porque os embarques perderam o ímpeto em comparação com o último mês de 2022. O atacado está abastecido e, por isso, a indústria negocia pouco. O quilo do traseiro está em R$ 22,10.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, mostram que o Brasil exportou na primeira semana de janeiro 40.795 toneladas de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada, com média diária de 8.159 toneladas. O faturamento no período foi de US$ 199,10 milhões. O valor de US$ 4,88 mil/tonelada é 4,3% maior do que os US$ 5,23 mil/tonelada de um ano antes. Se os embarques permanecerem neste ritmo, o mês de janeiro poderá superar o volume embarcado um ano antes e registrar recorde para o mês. Em São Paulo, há estabilidade nas cotações da arroba em Barretos e Araçatuba. O boi gordo segue a R$ 271 a arroba à vista, livre da Funrural. Os frigoríficos que estão com escalas de abate confortáveis estão fora das compras.

Negócios abaixo da referência surtiram efeito e indicam que a oferta de boiada gorda deve começar o ano de 2023 em desequilíbrio ante a demanda da indústria. No restante do País, o preço cedeu R$ 2 por arroba para o boi gordo no Espírito Santo, onde o animal está cotado a R$ 267 a arroba - preço bruto e a prazo. No Paraná, a situação é similar à praça paulista. Há relatos de encerramento das atividades de indústria na região de Maringá. Na região, o preço recuou de R$ 275 a arroba para R$ 271 a arroba. No Pará, em Marabá, o valor da arroba do boi gordo também teve queda, com o preço passando de R$ 254 para R$ 244 à vista. Chuvas recorrentes estão prejudicando as operações logísticas, principalmente o embarque dos animais e em relação aos pastos.

Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.