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09/Jan/2023

Boi: consumo interno deverá pesar mais em 2023

Desde 2019, o desempenho das exportações brasileiras de carne bovina vem sendo um fator preponderante na formação de preços da cadeia nacional de pecuária de corte. Em 2023, novamente, as vendas externas devem seguir influenciando os valores domésticos, mas a demanda interna e, sobretudo, a tendência de recuperação da oferta no campo tendem a ser importantes fundamentos para o comportamento do preço. No caso das vendas externas, a China deve continuar sendo o maior destino da carne bovina brasileira, mas os recentes posicionamentos do país asiático frente ao combate aos novos casos de Covid-19 e os esforços para recuperar a produção de suínos podem enfraquecer o intenso ritmo das compras internacionais verificado nos últimos anos. Diante disso, é primordial que o setor exportador nacional siga fortalecendo as relações com outros importantes destinos da carne, como Estados Unidos, Chile e Emirados Árabes Unidos. O câmbio deve operar na média dos R$ 5,27 em 2023 – segundo o relatório do Banco Central (Boletim Focus) –, o que tende a manter atrativas as vendas externas da proteína. Quanto à demanda interna, o novo cenário político-econômico pode elevar – ainda que inicialmente – o consumo da carne bovina, tendo em vista a possível redução no ritmo da inflação e os novos estímulos sociais.

O Boletim Focus, do Banco Central, prevê que a inflação deva chegar em 5,3% neste ano. Em 2021, a inflação atingiu 10,06% e, até novembro de 2022, estava em 6%. Quanto ao PIB, o Banco Central estima crescimento de apenas 0,8% em 2023, contra 3,04% no ano passado. Diante disso, o consumo de carne bovina deverá avançar 1,5% de 2022 para 2023. Outro fator que pode fortalecer a melhora no consumo doméstico é o preço da carne na ponta final. Isso porque o possível avanço na produção no campo tende a resultar em preço mais atrativo ao consumidor brasileiro. Neste caso, a produção brasileira vinha mostrando sinais de recuperação nos primeiros três trimestres de 2022 – tanto em volume de animais abatidos quanto em quantidade de carne por cabeça (maior produtividade) – cenário que pode ser mantido em 2023. A retenção de fêmeas em 2020 e em 2021 resultou em investimentos na produção de animais jovens que, por sua vez, começaram a entrar no mercado em 2022 e que devem continuar sendo disponibilizados em 2023. E uma possível recuperação na oferta deve enfraquecer os valores de negociação da arroba, especialmente no primeiro semestre de 2023. Por outro lado, os custos de produção no campo seguem bastante elevados, com altos preços de adubos, diesel, nutrição e milho. Esse cenário pode desestimular pecuaristas e limitar o número de animais em confinamento. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.