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09/Jan/2023

Suíno: excesso de produção e exportações fracas

O setor suinícola nacional registrou demanda externa enfraquecida em 2022, enquanto a produção nos três primeiros trimestres do ano foi recorde. Nesse cenário, a disponibilidade de carne no mercado doméstico cresceu consideravelmente, pressionando os valores de negociação do animal vivo e da proteína. Apesar de o volume exportado em agosto ter atingido recorde mensal da série histórica, de 114,6 mil toneladas de carne, os envios ao exterior de janeiro até dezembro de 2022 somam 1,080 milhão de toneladas, 3,6% abaixo do embarcado no mesmo período de 2021. A diminuição na quantidade exportada está atrelada à redução dos envios aos principais parceiros do Brasil, China e Hong Kong. Em 2022, os volumes embarcados aos destinos asiáticos caíram significativos 19% e 38% frente ao ano de 2021, somando 406,6 mil toneladas e 89,7 mil toneladas, respectivamente.

Assim, nem mesmo a abertura de novos mercados (como o Canadá, no qual os envios foram iniciados em setembro) e o aumento nas vendas para outros parceiros (como as Filipinas, cujo crescimento nos envios de 2021 para 2022 foi de expressivos 164%, e ao Vietnã, de 8,7%) foram suficientes para reverter a queda. A receita arrecadada com as exportações também caiu, 8,6%, somando R$ 12,9 bilhões na parcial deste ano. A demanda nacional pela carne suína ao longo de 2022 também esteve aquém do esperado pelo setor, devido, sobretudo, ao fragilizado poder de compra da população brasileira, tendo em vista a inflação elevada. Do lado da produção, dados do IBGE indicam que, entre janeiro e setembro de 2022, foram abatidas 42,2 milhões de cabeças de suínos no País, 6,6% a mais que no mesmo período de 2021 e um recorde para o período, considerando-se a série histórica iniciada em 1997. Quanto aos preços, em 2022, a carcaça especial suína, comercializada no atacado de São Paulo, teve média de R$ 9,73/Kg, queda de 15% frente à média de 2021, em termos reais (deflacionado pelo IPCA).

As baixas nas cotações da carne, por sua vez, reforçaram a pressão sobre os preços do suíno vivo em todas as regiões. Em São Paulo, Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba, em 2022, a média do suíno vivo foi de R$ 6,56/Kg, recuo de 13% em relação à de 2021, em termos reais (deflacionada pelo IGP-DI), o que acabou resultando em perda do poder de compra do suinocultor ao longo de 2022. Em 2022, o Indicador do milho ESALQ/BM&F (Campinas/SP) teve média de R$ 86,64 por saca de 60 Kg, recuo de 12,6% na comparação com 2021, em termos reais. Quanto ao farelo de soja comercializado no mercado de lotes de Campinas, a média foi de R$ 2.651,63 a tonelada neste ano, queda de 1,4% frente à de 2021. Diante disso, o poder de compra do suinocultor paulista caiu 11% frente ao milho e expressivos 21,6% em relação ao farelo de soja. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.