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20/Dez/2022

As proteínas de origem vegetal x carnes e lácteos

Carne, leite, ovos, são fontes básicas de proteína para o ser humano e melhor: têm alto valor biológico. Tal valor é medido de acordo com a absorção e retenção pelo corpo humano das proteínas presentes no alimento e o perfil de aminoácidos que compõem a proteína. Aminoácidos essenciais, aqueles não produzidos pelo corpo humano, estão em grande quantidade nas proteínas de origem animal, por isso a importância desses alimentos.

Mas o que é carne?

Carne são os tecidos comestíveis dos “animais de açougue”, englobando músculos (com ou sem osso), gorduras e vísceras, podendo ser in natura ou processados (industrializados, salgados). Carnes vermelhas são as de bovinos, búfalos, ovinos, caprinos, suínos, equídeos e coelhos. As carnes brancas são as de aves e peixes.

E o que é leite?

O leite é um líquido fisiológico branco, opaco, secretado pelas glândulas mamárias das fêmeas dos mamíferos. O leite é de bovino, bubalino e caprinos, entre outros. A lista é longa. Tendo em vista tais definições, qual a denominação correta para os alimentos à base de vegetais? Certamente não são carne e muito menos leite!

Projeto de lei

O projeto de lei no. 10.556/2018 apresentado em 10/7/2018, pela ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, à época deputada federal por Mato Grosso do Sul, teve o intuito proibir a denominação “leite” para alimentos que não tenham como base leite de origem animal. Palavras como cremes, condensados e queijos também devem ser empregadas para produtos de origem animal, produtos lácteos, originados de leite.

E por que isso?

Para não enganar o consumidor, fazendo-o acreditar que produtos de origem vegetal tenham as mesmas qualidades dos produtos de origem animal. Que sejam a mesma coisa. Ações similares já acontecem no mundo - algumas aprovadas - o projeto de lei 316 no Texas (EUA), a regulamentação europeia 1.308//13 e, recentemente, o projeto de lei nº. 273/2022, em São Paulo.

Alimentação saudável?

Os produtos vegetais travestidos de produtos animais, produtos fake portanto, são lançados com o objetivo de extinguir o consumo de carne e de leite, por exemplo.

E por que isso?

As justificativas apresentadas são a salvação do meio ambiente, o consumo politicamente correto e a de que são mais, comparativamente, saudáveis.

Mas as opções “vegetarianas” ou, até mesmo, “veganas” são mais saudáveis?

Em uma caixa de leite UHT os componentes encontrados são: leite e estabilizantes (citrato de sódio, trifosfato de sódio, monofosfato de sódio e difosfato de sódio). Em uma caixa de alimento à base de soja UHT encontra-se água, extrato de soja, açúcar, fosfato tricálcico, cloreto de sódio, estabilizantes (carragena, carboximetilcelulose e citrato de sódio) e aromatizantes. Uma garrafa de leite A pasteurizado tem, em sua composição, apenas leite, não é impressionante?

Mudanças?

A informação sobre os alimentos não pode e não deve confundir o consumidor, elas devem ser esclarecedoras. Produtos à base de vegetais, naturalmente, podem, é claro, compor com as proteínas animais. Chamar um bolinho vegetal de hambúrguer e suco de soja de leite tem o fim de confundir. Nichos de mercado estão presentes na ponta consumidora, basta saber qual nicho o produtor quer suprir e quais adequações deverão ser feitas no processo produtivo. A melhor remuneração dos produtos “não commodity” é, por fim, um fator levado em consideração, uma vez que o preço é determinante na direção que o produtor toma. Dinheiro move o mundo e o capitalismo é selvagem. Alguém já disse isso.

Fonte: Alcides Torres - Broadcast Agro.