06/Dez/2022

O mercado do boi começa a semana na expectativa de uma reação do consumo doméstico de carne bovina após o pagamento dos salários e da primeira parcela do 13º salário, além da proximidade das festas de fim de ano. Com a capacidade produtiva da indústria ajustada e a oferta de bois prontos para o abate limitada, qualquer reação no escoamento seria capaz de levar a altas pontuais de preço em São Paulo.

A cotação do boi gordo caiu ao longo de novembro e, desde então, vem em relativa estabilidade. No entanto, no fim da semana passada este cenário ganhou firmeza, com frigoríficos indo às compras e tentando esticar suas escalas, em uma preparação para esta semana. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 279,00 por arroba à vista e a R$ 286,00 por arroba a prazo. As indústrias com necessidade de esticar escalas estão propondo valores acima da referência para todas as categorias, incluindo o "boi China".

Em Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Mato Grosso do Sul, onde a oferta de gado disponível para abate está enxuta, o movimento de alta está se firmando. No Pará, o boi gordo está cotado a R$ 256,00 por arroba. Apesar da sinalização de alta em todo o País, as indústrias atuam com cautela e, para a compra de bois terminados nos próximos dias, devem considerar os resultados das vendas da proteína no final de semana (3 e 4 de dezembro).

A expectativa em relação à primeira quinzena de dezembro é de um pico na demanda, assim como de outras proteínas de origem animal. Paralelamente, a oferta de bovinos terminados deve seguir mais comedida, valorizando o boi gordo no mercado interno. Neste contexto, o movimento de alta no mercado de carne bovina deve continuar ganhando espaço nas próximas semanas. Em São Paulo, no atacado, os cortes de traseiro registram alta de 0,6% nos últimos sete dias.