05/Dez/2022

Segundo o Itaú BBA, a possibilidade de a União Europeia (UE) aprovar, nesta semana, uma lei que proíbe a importação de commodities agrícolas associadas ao desmatamento (legal e ilegal), ocorrido após dezembro de 2020, não deve ter efeito significativo nas margens da JBS, Minerva e Marfrig. No caso da JBS, a medida europeia não deve gerar quaisquer impactos significativos, já que o impacto potencial no Ebitda da JBS deve representar menos de 0,5% (sem considerar qualquer realocação de exportação, o que deve mitigar ainda mais os efeitos). Os spreads de frango continuam melhorando nos Estados Unidos e favorecendo a companhia. Da mesma forma, a possível restrição da União Europeia deve ter um impacto limitado nas finanças da Minerva.

Dados das exportações do mês de novembro foram praticamente estáveis para os spreads de carne bovina, mas os investidores estão cautelosos com uma possível proibição da União Europeia às exportações brasileiras para a região em virtude de possíveis laços entre empresas de carne bovina e o desmatamento na Amazônia. Os embarques brasileiros para a União Europeia representaram aproximadamente 2% do faturamento da Minerva nos últimos 12 meses. A empresa está geograficamente diversificada, o que poderia contribuir para reestruturar sua plataforma de exportação para mitigar os impactos decorrentes da proibição. Para a Marfrig, os preços do gado continuam subindo nos Estados Unidos, no maior nível desde maio de 2015, o que levou os spreads a mais uma semana de queda.

O banco reiterou uma postura cautelosa quanto à alavancagem da companhia nos próximos anos, dada a falta de clareza sobre as expectativas futuras de margens. Sobre a possível ação da União Europeia, não são esperados impactos significativos, já que as exportações para a região representam menos de 1,5% da receita consolidada da empresa e podem ser mitigadas com o redirecionamento das exportações para outras regiões em razão do aperto global nos próximos anos. No caso da BRF, o ambiente de consumo difícil no Brasil pode prejudicar a esperada recuperação da operação doméstica da empresa, que é a principal causa da queda de 17% no preço das ações nos últimos cinco dias. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.