01/Dez/2022

Os preços médios do boi gordo recuaram ao longo de novembro na maior parte das regiões, pressionados sobretudo pela maior oferta de bois para abate. Além do avanço na disponibilidade de boi de confinamento, típico para este período, a recente recuperação no número total de bois abatidos e o aumento na produtividade por cabeça, ambos evidenciados por dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reforçam o movimento de desvalorização do boi gordo. Diante disso, em novembro, o preço médio do boi gordo em São Paulo foi de R$ 283,27 por arroba, quedas de 4,54% frente à média de outubro e de expressivos 10,4% em relação à de novembro do ano passado, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI).

Trata-se, também, da menor média real desde outubro de 2019, quando foi de R$ 254,29 por arroba. Isso chama a atenção porque mostra que os valores voltaram aos patamares observados justamente no período em que os preços da arroba iniciaram um intenso movimento de alta, tendo como impulso, naquele momento, a elevação das compras chinesas e a diminuição no volume de bovinos para abate no Brasil. Quando considerados apenas os meses de novembro, a queda atual, de 4,5%, é a mais intensa desde 2006, quando a desvalorização mensal chegou a 11,07%.

Inclusive, nos últimos anos, o que se verificou nesse período foram avanços expressivos nas cotações. Em 2021, de outubro para novembro, a valorização da arroba foi de 11,1%, em 2020, de 5,04% e em 2019, de significativos 22,2%. Em 2022, especificamente, o bom desempenho das exportações brasileiras desde o começo do ano levou os pecuaristas a elevarem o número de gado confinado. Esse cenário, no entanto, se somou ao crescimento da produtividade e não teve equilíbrio com a demanda doméstica pela carne bovina, que ainda segue abaixo do esperado pelo setor. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.