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01/Dez/2022

Frango: criação de linhagem resistente à gripe aviária

Frangos e poedeiras geneticamente modificados, imunes à gripe aviária, podem ser uma realidade dentro de uma década, acreditam os cientistas. A descoberta pode finalmente significar o fim da escassez de ovos e aves nos supermercados. Atualmente, a Grã-Bretanha vem sendo devastada por seu maior surto de gripe aviária, com os serviços sanitários abatendo quase 4 milhões de aves em um ano e determinando o alojamento “in door” de todas as aves em criação, na tentativa de impedir a propagação. Além de afetar o suprimento de ovos, o aumento nos casos provocou temores de um déficit de perus neste Natal. A nova técnica, desenvolvida há três anos, remove uma seção do DNA das aves que o vírus usa para se replicar.

Testes bem-sucedidos foram realizados em células de frango. Os resultados envolvendo galinhas vivas serão publicados em breve. O Roslin Institute (Edimburgo, Escócia) trabalha neste projeto desde que os primeiros resultados foram publicados, em 2019, e os resultados são alentadores. Eles são descritos em um artigo científico que está atualmente sob revisão em uma revista científica. Criar uma galinha completamente resistente à infecção por vírus da gripe aviária é um desafio científico e a pesquisa sobre a eficácia de qualquer resistência genética deve ser cuidadosamente desenvolvida. Se uma galinha resistente fosse desenvolvida agora, levaria de cinco a dez anos até que a mudança genética fosse introduzida nos lotes comerciais de frangos e poedeiras.

O método de edição do genoma, que usa a tecnologia chamada Crispr, é semelhante ao uso de uma tesoura molecular que corta o DNA em pontos específicos, para excluí-los ou substituí-los por sequências alternativas. Atualmente, alimentos editados com genes não são vendidos na Grã-Bretanha, pois não eram permitidos pelas regras da União Europeia, mas estão disponíveis em países como Estados Unidos, Canadá e Brasil. Mas, isso deve mudar nos próximos anos. O Projeto de Lei de Tecnologia Genética (Criação de Precisão), que acaba de passar por uma segunda leitura na Câmara dos Lordes, pode abrir caminho para a criação de galinhas imunes à gripe aviária.

A técnica pode ser usada para aumentar o conteúdo nutricional dos alimentos ou torná-los menos suscetíveis a doenças. Isso pode incluir a produção de alface que contém mais vitamina C, tomates que podem reduzir a pressão sanguínea e culturas resistentes a doenças, diminuindo a necessidade de pesticidas. Ao contrário dos produtos geneticamente modificados, às vezes chamados de ‘Frankenfoods’, os alimentos geneticamente modificados não contêm DNA ‘estranho’ de outras espécies. Em vez disso, os cientistas usam uma proteína especializada para fazer pequenas alterações no DNA que podem ocorrer naturalmente ou por meio de reprodução seletiva.

Mas, os ativistas ainda temem que os alimentos editados possam prejudicar os ecossistemas e desencadear consequências inesperadas. Eles também desaprovam os planos de não rotular com destaque os alimentos geneticamente editados. O projeto de lei supervisionaria a edição genética para garantir que fosse feita corretamente e que o bem-estar animal fosse priorizado. Isso permitirá que a tecnologia seja usada em conjunto com programas de criação estabelecidos, garantindo ao mesmo tempo que o bem-estar seja considerado. Fonte: Daily Mail. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.