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28/Nov/2022

Frango: risco de Influenza Aviária no Brasil é baixo

A epidemia de gripe aviária que já causou prejuízos em países do Hemisfério Norte nunca esteve tão perto do Brasil. Os registros da doença na Colômbia e no Peru têm colocado o País em alerta. O Ministério da Agricultura, por exemplo, alterou normas e orientações para o setor produtivo com o intuito de evitar o surto. Além do risco sanitário e de perdas expressivas na produção, a ocorrência do vírus representa um risco comercial para a nação onde o foco da doença é identificado. No caso do Brasil, o fato de nunca ter registrado casos de Influenza Aviária e ter status de zona livre tem sido apontado por representantes do setor como um diferencial competitivo para ganho de espaço no mercado mundial. Para especialistas e analistas de mercado, mesmo com o risco elevado, as chances de se ter registro de casos no País são baixas.

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o surto nos países vizinhos ocorreu em lugares onde a produção é de "galinha de fundo de quintal", que não gera, no primeiro momento, efeitos para a cadeia produtiva em escala industrial. A Emprapa está atenta no Brasil para que qualquer problema sanitário seja reportado o mais rapidamente possível. Se possíveis casos forem identificados e contidos em fase inicial, a doença não chegará até as aves industriais e, por consequência, não causará impacto no setor. A doença atinge, em geral, plantéis criados ao ar livre que são expostos à infecção de aves silvestres. Nos Estados Unidos e na Europa, o vírus dizimou milhões de aves. Ambas as regiões são importantes mercados produtores. O País tem condições de garantir a biossegurança, com o Ministério da Agricultura bem preparado. Entretanto, há preocupação em não saber até que ponto o Brasil tem condições para "cercar" o vírus e conter danos.

O Brasil possui rotas de aves migratórias que passam por outros países, inclusive a Colômbia, que registrou os focos da doença recentemente. É fundamental que produtores de aves estejam atentos e adotem, cada vez mais, o reforço das medidas de biosseguridade. Mesmo sem nunca ter registrado o vírus no País, não se pode assumir uma postura de tranquilidade uma vez que as aves podem cruzar fronteiras de países e até continentes. Apesar de a situação ser favorável até o momento, é importante continuar adotando medidas preventivas para que manter esse cenário. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) reforça que o setor está em alerta, mas a situação não traz necessidade de medidas adicionais. As preparações e ações estão sendo feitas o tempo todo, mesmo quando o vírus estava mais distante. O País está preparado para lidar com a situação. Lógico que os países todos que tiveram casos de Influenza Aviária também se entendiam preparados, mas o Brasil tem uma blindagem cultural no setor, além de capacidade técnica, com a ampliação de laboratórios que ajudam para prevenção e detecção de vírus.

Sobre o risco de se ter a doença no País, a ABPA diz que há uma série de fatores que às vezes fogem do controle e por isso não dá para se fazer essa avaliação. Tudo aquilo que é pertinente ao controle tanto no setor privado, quanto no público, tem sido muito bem feito. A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) diz que apenas o registro de focos da doença não altera o status do país para efeitos de comércio internacional. É um ponto relevante para o Brasil, como produtor e exportador. Na última semana, a OIE também publicou um comunicado pedindo mais vigilância dos países para conter a propagação do vírus. Segundo o Ministério da Agricultura, a notificação de casos por parte de produtores deve ser imediata, possibilitando igualmente a rápida adoção de medidas sanitárias. Isso evita a disseminação do vírus para outras propriedades e prejuízos ainda maiores. A Embrapa afirmou que em regiões do País que contam com litoral e lagoas, especialistas estão observando de perto, com serviços veterinários mais atentos a localização de surtos para responder a situação o mais rápido possível.

No geral, o sistema de defesa sanitária do Brasil é muito bom. Segundo o Rabobank, existe preocupação de surto, mas em projeções sobre o setor, tanto no curto prazo, quanto para o ano que vem, o risco da doença não está no cenário de avaliação do banco. As medidas sanitárias adotadas também durante a pandemia elevaram a biossegurança do País. Protocolos de isolamento, acesso às regiões produtoras, saída e entrada de produtos, entre outros, têm ajudado a controlar os riscos. O registro da Influenza Aviária no País poderia elevar a oferta, mas caso, eventualmente, o vírus se espalhe, poderá se observar efeitos mais negativos no setor. Até o momento, o surto de gripe aviária tem trazido oportunidades, com a carne de frango do Brasil sendo mais demandada em meio a epidemia em players importantes, como Estados Unidos e países do bloco europeu. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.