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25/Nov/2022

Pecuária: ferramentas para redução das emissões

Além da guerra, o mundo está enfrentando três emergências globais profundas: a crise da saúde, a insegurança alimentar e as mudanças climáticas. Estima-se que até 60% da população mundial não ingere calorias suficientes ou sofre de nutrição inadequada. Quanto às mudanças climáticas, que estão se tornando uma emergência em todos os continentes, cada vez mais vozes apontam para a produção animal e propõem proteínas obtidas de outras fontes, como vegetais, como uma possível solução. No entanto, as perspectivas de produtos de origem vegetal como solução para o problema não são tão favoráveis, uma vez que até 2027 essas alternativas à carne constituirão apenas 1% da ingestão total de proteínas. Portanto, o efeito positivo sobre o meio ambiente será limitado.

Há também uma desvantagem nutricional, pois os produtos à base de plantas carecem de alguns nutrientes encontrados apenas em produtos de origem animal, e a adição de suplementos não tem o mesmo efeito. O exemplo dos suplementos vitamínicos é válido: para esses princípios essenciais, a absorção ocorre de forma muito mais natural no organismo com a contribuição de frutas e verduras. Outras opções, como reduzir drasticamente o tamanho dos rebanhos ou mudar para carne sintética a partir de cultura de células, levam pelo menos duas décadas para ter efeitos positivos no meio ambiente. Por outro lado, resultados rápidos poderiam ser alcançados em fazendas leiteiras, reduzindo as emissões de metano, um gás que tem um potencial de efeito estufa muito maior do que o dióxido de carbono.

A pecuária contribui com 6% do metano emitido para a atmosfera, e hoje já existem ferramentas para reduzir essas emissões em 25% a 30%. Uma narrativa crescente tende a apresentar o gado aos consumidores como a causa de todos os danos ambientais. Essa narrativa deve ser combatida apresentando razões que mostrem como os animais podem ser uma parte importante da solução. É preciso dialogar com os consumidores para destacar que a ciência e a tecnologia já possibilitam ter fazendas leiteiras neutras ao clima, que adotam práticas de produção adequadas ao meio ambiente e fornecem produtos para melhor nutrição. Os animais podem ajudar a alimentar o mundo e conter o aquecimento global atingindo as metas estabelecidas para 2030. Fonte: Todo Lechería. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.