17/Nov/2022

Segundo o Itaú BBA, as margens da cadeia produtiva de frango no Brasil devem continuar apertadas até o fim deste ano e início de 2023, pressionadas, principalmente, pelos elevados custos de produção. Não se vislumbra grande contribuição por parte dos custos, que devem continuar altos diante dos riscos climáticos para as safras no Hemisfério Sul e com a guerra na Ucrânia em curso. Algum alívio de curto prazo pode ocorrer caso o câmbio seja favorável. Por mais que os custos possam diminuir, se o clima colaborar com as safras de grãos, uma eventual acomodação dos preços da ave tende a ocorrer, seguindo a sazonalidade.

As margens da avicultura continuaram apertadas em outubro, com o spread entre custos e preços negativos em 4,7%, já que as despesas tiveram aumento de 1,9% e os preços da ave viva não se alteraram. Em São Paulo, no atacado, o frango inteiro congelado ficou estável na média de outubro ante o mês anterior, em R$ 8,05 por Kg. Em Minas Gerais, nas regiões de Patos e Pará de Minas, o frango inteiro congelado subiu próximo de 8%. Do lado da oferta, destaca-se que os alojamentos de pintinhos tiveram crescimento em agosto, após terem se mantido menores que os de 2021 desde o início do ano. O aumento foi de 3,3% sobre agosto de 2021, com 596 milhões de cabeças.

Ainda assim, dado o bom escoamento externo e os preços firmes, o mercado não dá sinais de excesso de produção. Essas aves alojadas até o fim de agosto já foram abatidas, o que, consequentemente, não garante a continuidade deste relativo equilíbrio da oferta à demanda a partir de agora. O período vindouro é geralmente de boa demanda doméstica, em que pese uma natural acomodação ocorrida nos últimos anos a partir da segunda quinzena de novembro, o que pode acontecer, já que não se espera, assim como nas outras proteínas, grande reação da demanda local. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.