10/Nov/2022
Dentre os destinos externos da carne bovina brasileira, a China segue como o principal, recebendo mais da metade da proteína que sai do País. Ao mesmo tempo em que esse contexto traz impactos positivos ao setor pecuário, implica, também, em certo risco à cadeia nacional. Ao longo deste ano (de janeiro a outubro), segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume de carne bovina escoado à China já soma mais de 1 milhão de toneladas, um recorde para esse período e expressivos 46,11% acima da quantidade embarcada nos 10 primeiros meses de 2021. Quando comparado ao volume de janeiro a outubro de 2020, o crescimento é de significativos 52,72%.
Aqui ressalta-se que, no último trimestre do ano passado, as exportações à China estiveram bem limitadas, devido à suspensão dos envios ao país, por conta de casos atípicos de “vaca louca” no Brasil. Naquele período, os preços do boi gordo recuaram com força no mercado nacional, evidenciando os impactos da China sobre o setor pecuário brasileiro. Por outro lado, o crescimento chinês ao longo de 2022 vem sendo positivo para a cadeia, tendo em vista o fraco desempenho das vendas de carne no mercado nacional, fragilizado pela inflação, por juros altos e por preços mais competitivos de outras proteínas. Quanto aos valores pagos pela carne bovina brasileira, a China vem buscando pressioná-los. Em janeiro, a proteína nacional foi embarcada ao país asiático ao preço médio de US$ 6,25 por Kg, subindo de forma consecutiva até junho, quando atingiu o recorde da série histórica, de US$ 7,33 por Kg.
Desde então, os valores passaram a cair mês a mês, chegando a US$ 6,14 por Kg em outubro, ou seja, o menor deste ano. Em 2022, a média do preço da carne escoada à China está em US$ 6,66 por Kg, sendo 24,46% acima da de janeiro a outubro de 2021 e quase 40% maior que a do mesmo período de 2020. Os Estados Unidos e a Rússia estiveram como o segundo e terceiro maiores destinos da carne bovina brasileira em outubro. Segundo dados da Secex, foram escoadas 9,205 mil toneladas ao país norte-americano e 9,10 mil toneladas para a Rússia. Aqui destaca-se que esses volumes representam apenas 7,15% do escoado à China no mesmo mês, evidenciando, mais uma vez, a força da China sobre o setor exportador brasileiro. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.