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10/Nov/2022

Carne bovina: perspectivas de mercado para 2023

Segundo o Rabobank, a recuperação do poder de compra da população brasileira, somado à inversão do ciclo pecuário e a desaceleração da economia chinesa serão os pontos de atenção para a carne bovina do Brasil em 2023. A volatilidade deve ser uma variável que deve acompanhar o setor por mais um ano. O aumento da oferta devido ao maior abate de vacas e a recuperação dos estoques de boi magro e boi gordo devem ser diferenciais com relação a 2022. A maior demanda dos frigoríficos pelas fêmeas para ofertar ao mercado doméstico, impulsionado por preços menores em relação ao macho, tem se intensificado em algumas regiões em 2022. A maior disponibilidade de gado pronto para abate e a expectativa de safra recorde de grãos devem aumentar a oferta de gado engordado a pasto e de gado engordado em confinamento.

O Rabobank projeta um aumento de 2,0% na produção de carne bovina em 2023, guiados pelo mercado internacional e pela retomada do consumo doméstico, que deve registrar melhora de 1,5% com relação ao ano anterior. Com relação às exportações, no acumulado de janeiro a outubro de 2022, a China ainda se mantém como principal destino. Na sequência estão os Estados Unidos e Egito. Hong Kong, que até o ano passado era o segundo maior importador, tem reduzido os volumes de compra e atualmente é o quarto maior importador. O aumento da fiscalização das autoridades chinesas nas regiões de fronteira tem causado queda no uso do ‘canal cinza via terrestre' e reduzido a triangulação de carnes entre os países. China, Estados Unidos e Egito representam 65% de todas as vendas externas brasileiras de carne bovina, em volume.

O ponto de instabilidade está nos riscos de novas suspensões dos embarques para a China, que têm baixo grau de previsibilidade e, pelas expectativas de desaceleração da economia chinesa, que devem ter efeito no consumo doméstico e, consequentemente, nas importações de carne bovina. A oportunidade para as exportações brasileiras, considerando este cenário, é que mesmo com a queda na economia chinesa, a importância da carne bovina brasileira deve se manter em alta. Esse movimento deve ocorrer não somente por causa dos preços mais baixos com relação aos outros países exportadores (Brasil e Argentina continuam ofertando a carne bovina mais barata do mundo) mas, também porque os chineses têm elevado o número de refeições dentro do lar e, o tipo de corte exportado pelo Brasil é o que tem se adaptado melhor ao consumo pela população chinesa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.