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09/Nov/2022

Lácteos: importações recuaram no mês de outubro

Segundo dados divulgados na segunda-feira (07/11) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o saldo da balança comercial de lácteos foi de aproximadamente -162 milhões de litros em equivalente-leite no mês de outubro, um aumento de 27,8 milhões, ou aproximadamente 14,6% em comparação ao mês anterior. Ao se comparar ao mesmo período do ano passado (outubro/2021), o saldo permaneceu em nível superior, sendo que o valor em equivalente-leite nesse período foi de -86 milhões de litros, representando uma diferença de aproximadamente 86 milhões de litros, ou -88%. Após cinco variações negativas consecutivas, o valor do saldo da balança comercial voltou a passar por variações positivas, frente ao recuo das importações. Mesmo neste contexto, as importações seguiram em nível elevado. No acumulado de 2022, o saldo se encontra com uma diferença de aproximadamente -17% em relação ao acumulado de 2021.

As exportações seguiram desestimuladas, passando por redução ao longo de outubro e atingindo o menor valor desde dezembro de 2019. O período apresentou uma diminuição de 2,8 milhões de litros no volume exportado, representando um recuo de aproximadamente 36,8%. Ao se comparar com 2021, o cenário é semelhante, ocorrendo um decréscimo de 1,93 milhões de litros, representando um recuo de aproximadamente 28,4% no volume exportado no período. Do lado das importações, o ritmo das negociações perdeu força ao longo de outubro. Após passar por cinco variações positivas consecutivas, atingindo o segundo maior volume de importações da série histórica, o mês de outubro apresentou um recuo de 15,4% nas importações, em relação ao mês anterior, com um decréscimo no volume de importações de 30,5 milhões de litros em equivalente-leite. Analisando o mesmo período do ano passado, nota-se, que mesmo com este recuo, as importações seguem em um patamar elevado.

Em outubro de 2021, 92,4 milhões de litros em equivalente-leite foram importados; já em 2022 esse valor teve uma variação positiva de aproximadamente 80,7%, configurando um aumento expressivo de 74,6 milhões de litros em equivalente-leite comparando-se os anos. Este resultado foi o segundo maior para o volume de importações para o mês de outubro, ficando atrás apenas 2020, quando as importações no mês atingiram 180,8 milhões de litros em equivalente-leite. As importações ainda operando em níveis elevados, associado as exportações desestimuladas, refletiram no segundo menor saldo da balança comercial para o mês de outubro da série histórica. A desaceleração do volume importado está relacionada aos recuos dos preços dos derivados lácteos no mercado interno nos últimos meses. Ao longo de outubro, o Índice MilkPoint Mercado registrou um acumulado mensal negativo de 5,8%. Com os preços praticados no mercado interno em baixa, o produto importado fica menos competitivo e diminui o apetite dos compradores brasileiros.

Em relação aos produtos mais importantes da pauta importadora em outubro, estão o leite em pó integral, os queijos, o leite em pó desnatado e o soro de leite, que juntos representaram 94% do volume total importado. O leite em pó integral teve um recuo de 4% em seu volume importado. Além do leite em pó integral, os produtos que tiveram maiores variações com relação à importação foram o soro de leite, o leite em pó desnatado e os queijos, com recuos de 44%, 39% e 24%, respectivamente. Os produtos que tiveram maior participação no volume total exportado foram o leite condensado, o creme de leite, o leite UHT e os queijos, que juntos, representaram 88% da pauta exportadora. O leite em pó integral recuou cerca de 83%, enquanto o leite UHT e os queijos 7% e 43%, respectivamente. No dia 5 de novembro, a Comissão de Saúde da China (NHC), anunciou que a política de tolerância zero contra a Covid-19 irá permanecer. Desta forma, a demanda do país asiático deve seguir aquém do esperado.

Do lado da oferta, a tendência é de recuperação da produção mundial, devido a sazonalidade de produção. Todos estes fatores impactam negativamente nos preços dos produtos internacionais, contribuindo para manter as importações em patamares elevados. Em contrapartida, os preços no mercado interno passaram por sucessivas quedas nas últimas semanas, frente a demanda ainda desestabilizada e aumento da oferta. Este cenário contribui para desestimular as importações. Sendo assim, para os próximos meses, com a produção interna de leite aumentando e com preços de vendas das indústrias em patamares inferiores aos vistos meses atrás, as importações devem seguir perdendo força. Mesmo com os recuos observados para o mês de outubro, e a redução das importações esperadas para o próximo mês, o volume de importações deve seguir superior aos observados no último ano. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.