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08/Nov/2022

Frango: Brasil em alerta contra a Influenza Aviária

Nos últimos dias, diversos países têm relatado o surgimento de casos de influenza aviária do tipo H5N1, incomum para esta época do ano, classificada como de patogenicidade alta, afetando importantes países produtores de carne de aves e ovos. Como se trata de uma doença altamente contagiosa entre as aves e que, apesar de poucos, os casos em humanos apresentam alta letalidade, caso seja detectada a doença, é necessário notificar a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e o abate de aves infectadas para conter a propagação. México, Estados Unidos, União Europeia e Colômbia estão entre as regiões onde recentemente foram detectados casos do vírus e o abate das aves infectadas. Todos têm relevância na produção global de carne de frango, figurando entre os dez maiores produtores. Causador da influenza tipo A, o vírus apresenta, em sua superfície, a hemaglutinina, que possui 16 variantes e é responsável pela aderência do vírus à célula, e a neuraminidase, que possui 9 variantes e é responsável pela penetração e replicação do vírus na célula. Tais características dão origem ao nome da variante.

Os subtipos iniciados em H5 e H7 são os responsáveis pela gripe aviária. O vírus começa a infecção na faringe e/ou epitélio nasal da ave e, através das mucosas do sistema respiratório, se espalha para outras regiões do organismo. Os sinais clínicos podem variar de acordo com a patogenicidade da doença, mas os mais comuns são dificuldade para respirar, inflamação dos sacos aéreos, diarreia e má formação dos ovos. Nos casos mais graves, de patogenicidade alta, também podem ser notadas penas arrepiadas, lesões hemorrágicas, paralisia e em praticamente todos os casos resultam em morte das aves infectadas. O Brasil é o segundo produtor mundial de carne de frango, e o primeiro exportador, uma vez que os Estados Unidos, maiores produtores, consomem grande parte do que produzem. Com a disseminação da gripe aviária em importantes países produtores e exportadores de carne de frango, o abate de grande número de aves nesses países e a possibilidade de queda das vendas dos países afetados pela gripe aviária, em função do risco sanitário e embargos, o preço da carne de frango no mercado internacional deverá subir.

Para o Brasil, este quadro poderá favorecer a exportação. Até outubro, a exportação foi 3,73 milhões de toneladas, sendo o único entre os grandes produtores que nunca reportou um caso da doença. Segundo o Instituto Agropecuário Colombiano (ICA), foram detectados dois focos de gripe aviária do tipo H5N1 no município de Acandi, próximo à divisa com o Panamá, em aves silvestres. Na região não existem granjas comerciais e a produção de aves é para subsistência. Como os casos reportados pelo Panamá estão bem ao norte, distante do território brasileiro, o risco de o vírus chegar às terras brasileiras é remoto. Mas, o monitoramento deve ser realizado, uma vez que o Brasil é rota de migração de algumas espécies de aves migratórias, principal meio de transmissão do vírus em longas distâncias. Em setembro de 1994, foi criado o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) e desde então ocorre a adição de instruções normativas. O avanço dos processos sanitários foi importante fator para o Brasil ser o maior exportador mundial. Isso precisa ser mantido. Fonte: Alcides Torres. Broadcast Agro.