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20/Out/2022

Boi: cenário desafiador para pecuarista confinador

O cenário positivo da pecuária nacional nos últimos anos e no começo de 2022 levou muitos pecuaristas a buscarem investimentos em confinamento, seja próprio e/ou boitel. No entanto, o atual contexto de queda nas cotações do boi gordo e o ainda elevado patamar de preço de importantes itens dos custos de produção, especialmente os relacionados à alimentação, vêm desanimando parte dos confinadores. Na ponta final, as vendas de carne no mercado doméstico ainda não se reaqueceram, conforme agentes esperavam para este último trimestre, fundamentados no típico aumento das aquisições para formação de estoques para as festas de final de ano. Assim, apesar de as exportações de carne bovina seguirem intensas, as fracas vendas domésticas limitam reações nos valores da arroba. Em relação à alimentação, a produção recorde de milho na 2ª safra de 2022 gerava expectativas de custos menores no segundo semestre.

No entanto, o que se verifica são preços firmes para o cereal, sustentados pela demanda externa aquecida. De qualquer forma, era consenso entre agentes de que este ano seria desafiador, especialmente diante das incertezas econômicas e sanitárias. A rentabilidade do confinamento dependeria de uma boa gestão de preços e de controle dos gastos. Em abril, simulações mostravam que, naquele momento, levando-se em conta os preços do boi magro, de R$ 4.300,00 por cabeça, uma diária alimentar de R$ 21,00 por bovino e o valor de negociação do boi gordo para outubro na B3, de R$ 330,45 por arroba, era possível obter uma rentabilidade positiva, de 8,23% no período de 95 dias. Entretanto, se o confinador não fez a gestão de risco de preço e não travou e/ou negociou com alguma indústria a entrega do produto a um valor pré-fixado, a margem atual pode estar negativa (em 0,43%), diante do boi gordo negociado a R$ 298,54 por arroba (média da parcial de outubro).

Um fator que deve ser levado com bastante atenção pelos pecuaristas confinadores é a oscilação de preços do boi magro e sua sazonalidade. Análises dos preços mostram que, tradicionalmente, os valores do boi magro ficam em patamares menores de setembro a fevereiro de cada ano, período em que os bovinos já foram confinados ou, como no caso de início de ano, ainda não foi tomada a decisão de confinar. Devido à desvalorização do boi magro ao longo do primeiro semestre, caso o confinador comprasse o bovino a R$ 4.000,00 por cabeça, com a dieta mantendo-se a R$ 21,00 e a venda do boi gordo a R$ 298,54 por arroba, a margem subiria para 4,47% no período de 95 dias. Isso evidencia que a atividade de confinamento vem exigindo cada vez mais profissionalização da cadeia, especialmente do produtor de gado. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.