06/Out/2022

Segundo a Frigol, as exportações crescentes de carne bovina do Brasil têm colaborado para o aumento do preço da proteína no mercado doméstico. Se não houver uma melhora no poder de compra dos brasileiros e se as exportações continuarem como uma opção melhor, o mercado interno seguirá afetado. A exportação tem sido mais remuneratória para as indústrias do que a comercialização para o mercado doméstico. Tanto que a venda externa da carne bovina promete bater novo recorde este ano. No acumulado de janeiro a agosto, o setor faturou US$ 8,825 bilhões com o embarque de 1,52 milhão de toneladas, avanço, respectivamente, de 40,8% e 18,4% em relação a igual período do ano passado.

A Frigol calcula faturar, em 2022, 40% mais com a venda de carne bovina, sendo que as exportações contribuirão com 50% do valor previsto, de US$ 4 bilhões, ante participação de 40% nos US$ 3 bilhões de 2021. Em meio aos preços elevados da carne bovina no varejo, a conjuntura econômica do País não tem ajudado os brasileiros a manterem o consumo dessa proteína. Por isso, a população acaba realizando um movimento natural de procura pelo melhor retorno, ou seja, substituindo a carne bovina pela de frango, suína e até por ovos, que têm preços mais baixos.

Levantamento recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que o consumo de carne bovina deve cair ao menor nível nos últimos 26 anos, com 24,8 quilos consumidos por brasileiro durante o ano de 2022. Entretanto, o segundo semestre de 2022 terá eventos importantes, como a Copa do Mundo e as festas de fim de ano, que devem contribuir para o aumento na demanda interna por carne bovina. A expectativa é de que, com a melhora na situação geral, o brasileiro que está empregado e com um nível de inflação menor no País, há possibilidade do uso do dinheiro para compra de alimentos. E, no centro do prato do brasileiro, está a carne bovina. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.