06/Out/2022

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério da Agricultura elegeram o consórcio liderado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para executar estudos da iniciativa "Pecuária de Baixo Carbono", que terão dois produtos finais destinados à redução de emissões de gases de efeito estufa na pecuária bovina. Além da FGV, fazem parte do consórcio as empresas Imaflora, Agrotools, Waycarbon, WRI e DSM. A escolha, realizada por meio de processo de seleção pública. Um dos objetivos do estudo será o desenvolvimento de uma calculadora de análise do ciclo de vida de produtos da pecuária bovina de corte e leiteira. A análise do ciclo de vida mensura e certifica emissões de carbono desde a etapa de uso dos insumos na produção agrícola até o processamento industrial. O segundo resultado esperado do estudo é a indicação de mecanismos de incentivo que estimulem investimentos na redução de emissões, tanto na etapa agrícola quanto na industrialização da carne e do leite bovinos.

A iniciativa "Pecuária de Baixo Carbono" se destina a elaborar estratégias e modelos de negócios que adotem tecnologias de baixa emissão de carbono na produção de carne e leite no Brasil. O objetivo inicial com a seleção do consórcio é chegar a uma metodologia que mapeie os diferentes formatos de criação da pecuária no País, de corte e leite, nas diferentes etapas da cadeia. Há muitas peculiaridades no Brasil, nas diferentes regiões. Criar uma metodologia com base na ciência, que seja reconhecida e transparente, permitirá ao setor ter seu inventário de carbono, conhecer sua realidade. Com a metodologia estabelecida, a intenção do BNDES é criar linhas especiais para o setor produtivo, que viabilizem a migração das atividades mais intensivas em emissões de carbono e metano para as menos intensivas. Todo este trabalho permitirá criar linhas similares ao que foi feito no RenovaBio, que permite que haja um inventariado para medir as atividades de produção de biocombustíveis.

A iniciativa "Pecuária de Baixo Carbono" foi criada para buscar formas de o Brasil cumprir o Acordo do Metano, assinado na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-26), que estabeleceu o compromisso global de reduzir em 30% as emissões de metano até 2030. Aranha lembrou que já existem técnicas de produção pecuária que permitem neutralizar e até "sequestrar" (absorver mais carbono da atmosfera do que emitir), como as tecnologias contempladas no Plano ABC+, da Agricultura. Espera-se que os estudos consolidem um sistema de incentivos que acelerem a adoção de tecnologias mais sustentáveis pelos produtores. No processo de seleção do consórcio, um comitê de especialistas do BNDES e do Ministério da Agricultura avaliou as propostas recebidas com base em critérios de economia, qualidade do projeto e capacidade técnica do proponente. O consórcio encabeçado pela FGV participará agora das etapas finais do processo: análise pela equipe técnica, aprovação pela diretoria do BNDES e assinatura de contrato. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.