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30/Set/2022

Leite: perspectivas para setor no 4º trimestre/2022

Segundo o Rabobank, a recuperação das margens do produtor de leite no Brasil deve sustentar a oferta no quarto trimestre deste ano. O preço ao produtor atingiu patamares recordes em agosto de 2022 (leite entregue em julho), com valores que superaram R$ 3,50 por litro na média nacional, 48,3% acima do valor de R$ 2,36 por litro de igual período de 2021. A rentabilidade do produtor passou por uma recuperação expressiva nos últimos meses, não só por causa do preço elevado do leite, mas também devido aos menores custos com ração, combustíveis, insumos e energia. A forte queda na oferta ao longo do primeiro trimestre levou a uma corrida por matéria-prima por parte da indústria, mesmo em um cenário de demanda enfraquecida no primeiro semestre de 2022.

O aumento da oferta, com a chegada da safra da Região Sul do País e melhores margens para o produtor em todas as regiões, resultou em forte queda dos preços spot que deve se refletir nos dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP) para setembro. A grande dúvida com relação ao preço ao produtor é até qual ponto poderá cair ou se haverá uma estabilização em patamares elevados. Enquanto a oferta começa a recuperar parte da queda do primeiro semestre, a demanda também começa a dar sinais de melhora. Mesmo com um poder de compra fortemente comprometido pela inflação no segundo semestre de 2021 e começo de 2022, a situação do consumidor brasileiro começa a melhorar, com os indicadores econômicos evoluindo consideravelmente nos últimos meses, como queda no desemprego, inflação e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

O Auxílio Brasil, no valor de R$ 600,00 por mês, também deve ajudar o consumo de alimentos básicos como leite fluido, leite em pó, manteiga e até queijo muçarela. Parece pouco provável esperar uma queda dos preços ao produtor de forma sustentada, inclusive alguns produtos lácteos como leite UHT já começam a reagir no atacado em setembro após fortes quedas nos últimos 45 dias. Quanto ao mercado internacional, as importações brasileiras devem continuar aumentando no quarto trimestre deste ano, com preços menores no mercado global. Importações menores da China e os efeitos da inflação e recessões globais em vários mercados importantes devem manter os preços internacionais pressionados, mesmo com problemas persistentes da oferta em diversas regiões exportadoras. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.