29/Set/2022

A oferta de boiadas no mercado físico, que está maior com o início da chegada dos bois do segundo giro de confinamento, segue dando o tom nas negociações. Somado à oferta crescente, os frigoríficos contam com escalas de abate preenchidas e que atendem, na média do País, a 11 dias. Há uma entrada maior de boiadas em comparação com igual período do ano passado, o que é típico da virada do ciclo pecuário. O consumo no mercado interno melhorou neste mês, mas não o suficiente a ponto de enxugar escalas de abate das indústrias e, consequentemente, elevar as cotações do boi gordo no País.

Os preços dos principais cortes estão mais frouxos no mercado interno, apesar da leve melhora na demanda interna. O cenário é desafiador aos pecuaristas, que recebem menos pela boiada terminada, apesar dos custos elevados com produção, com frigoríficos forçando um ambiente de pressão baixista. A perspectiva é de que o boi gordo siga estável nos próximos sete dias, até a virada do mês e pagamento de salários. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 277,00 por arroba à vista e a R$ 295,00 por arroba a prazo. No Rio Grande do Sul, o período de preparo das lavouras vem forçando a saída de bois dos pastos de inverno e pressionando os preços locais. A cotação é de R$ 297,00 por arroba à vista.

No Pará e no Maranhão, os frigoríficos estão com escalas de abate preenchidas para além do dia 10 de outubro, o que faz com que muitos compradores se ausentem dos negócios. No Pará, a cotação é de R$ 260,00 por arroba a prazo e, no Maranhão, R$ 265,00 por arroba à vista. No Rio de Janeiro, a lentidão das vendas internas justifica ajustes nos preços e o boi gordo está cotado a R$ 280,00 por arroba a prazo. Em São Paulo, no atacado, os preços dos principais cortes se mantêm inalterados. Apesar da lentidão, a estabilidade se dá pelo aparente equilíbrio entre oferta e demanda. O traseiro do boi segue cotado a R$ 21,10 por Kg.