ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

28/Set/2022

Leite: NoCarbon recebe aportes para uma expansão

Os idealizadores do leite orgânico NoCarbon, bebida que chegou ao varejo brasileiro há pouco mais de um ano, planejam organizar em breve uma rodada de investimentos série A, quando a empresa já tem um modelo de atuação, receita e clientes. A ideia é atrair R$ 25 milhões para expandir um negócio que vem ganhando escala. Os recursos vão ajudar a estruturar os próximos passos do negócio, que está em seu segundo ano de vida. Um deles é viabilizar a segunda fazenda produtora de leite, na Bahia, onde já há trabalhos iniciais e se pretende começar a produzir em 2024. O marketing é outro foco: a empresa acaba de fechar o primeiro contrato de vendas com a rede GPA, que incluem Pão de Açúcar, Extra e outros mercados.

O projeto tornou-se possível a partir de uma parceria entre a Guaraci Agropastoril, que reúne seis sócios que comandam a NoCarbon (os lácteos levam o mesmo nome da empresa), e a Fazenda da Toca. A produção do leite orgânico ocorre em uma área arrendada da propriedade da Fazenda da Toca, que fica em Itirapina (SP). Em julho do ano passado, a companhia estreou no varejo de São Paulo com a venda da bebida orgânica que tem processo de produção neutro em carbono. À época, a bebida podia ser encontrada em 65 lojas de redes como St. Marche, Santa Luzia e OBA Hortifruti. Na semana passada, pouco mais de um ano depois do lançamento, a empresa acertou o primeiro contrato de venda para o GPA.

Os produtos, que também chegaram há poucos meses à rede Carrefour, estão agora em cerca de 500 pontos varejistas de Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás e dos três Estados da Região Sul. Para dar conta do portfólio, que passou a incluir queijos, coalhada, ricota, creme de leite e outros derivados, foram investidos R$ 10 milhões desde o ano passado na fazenda, em marketing e, principalmente, em estrutura comercial. Os recursos vieram dos sócios e de novos participantes, como o Fundo Vale, da mineradora Vale. Com as mudanças feitas no campo, a NoCarbon tem meta de dobrar o volume de produção de leite, que passaria dos atuais 4 mil litros diários para 8 mil litros até o fim de 2023.

Há, ainda, um pequeno grupo “engatilhado” de produtores de leite orgânico para fornecer a matéria-prima se for necessário volume adicional para atender o varejo. Hoje, o processamento dos laticínios ocorre na paulista Pastora da Fazenda. Os três pilares do negócio são bem-estar animal, redução do uso de químicos no processo produtivo e ênfase na questão climática. Há plantio de árvores em áreas distintas da fazenda para restauração ecológica e também da área produtiva. O leite está certificado pelo IBD, pela ONG Iniciativa Verde e pela Certified Humane Brasil.

A companhia tem tentado ganhar espaço no crescente segmento de alimentos orgânicos, que faturou R$ 6,5 bilhões no ano passado, 12% mais que em 2020, segundo a Organis, associação que promove o segmento. Ainda assim, o timing de algumas negociações foi lento, o que comprometeu as primeiras projeções de receita. Em um ano e meio, a companhia deverá faturar R$ 10 milhões, cerca de um terço do previsto no ano passado. Diante da morosidade das negociações com o varejo, as projeções foram reorganizadas. O próximo passo é chegar ao varejo digital com o lançamento do “Leiteiro Orgânico”, um programa de assinatura de produtos que atende as pessoas em casa e que está em fase de projeto-piloto. Neste caso, há parceria com o site MercadoOrgânico.com. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.