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25/Ago/2022

Procon na mira em produtos à base de soro de leite

O Procon de São Paulo vai apertar o cerco contra as indústrias de laticínios que colocam no mercado produtos à base de soro de leite e com embalagens muito parecidas com as de itens que levam leite em sua composição. Esses produtos começaram a ganhar mais espaço com a disparada do preço do leite. O uso do soro de leite, um subproduto da fabricação de queijo, não é proibido para alimentação humana e é regulamentado pelo Ministério da Agricultura na fabricação de vários produtos da cadeia láctea. A oferta desses itens, porém, tem se tornado mais visível nos mercados. A semelhança entre as embalagens pode induzir o comprador a erro. Atraído por um preço entre 30% e 40% menor do que o produto de referência, o consumidor pode levar para casa "bebida láctea" em vez de leite. A confusão pode se repetir no leite condensado, trocado pela "mistura láctea condensada de leite e soro de leite". No caso do requeijão, aparece nas prateleiras a "mistura de requeijão e amido".

O leite em pó pode ser confundido com o "composto lácteo", enquanto o creme de leite poderia ser trocado pela "mistura de leite, soro de leite, creme de leite e gordura vegetal". A polêmica veio à tona no mês passado, quando o Procon de São Paulo notificou a Quatá Alimentos. A empresa foi solicitada a dar explicações sobre a comercialização e distribuição da bebida láctea Cristina, à base de soro de leite. Na época, a Quatá Alimentos informou que, procurando não provocar confusão no ponto de venda, lançou esse produto sob essa nova marca, porque não fabrica leite caixinha (UHT) com a marca Cristina. A partir deste caso, o Procon-SP está fazendo um levantamento das empresas que têm adotado essa postura para notificá-las. A Nutri Mix considera muito cruel usar bebida láctea no lugar de leite. A criança não vai ter o aporte mineral nem a proteína que precisa por conta de um item que está com o layout forjando um produto de referência.

Em 200 ml, enquanto o leite integral tem 5,8 gramas de proteína, a bebida láctea tem 2,45 gramas de proteínas. O consumidor que se sentir lesado pode fazer denúncia no site do Procon. Quanto ao caso da bebida láctea Cristina, o órgão formalizou um pedido de recomendação solicitando ajustes, para que fique claro, adequado e ostensivo que se trata de bebida láctea. A Quatá Alimentos não informou como está o andamento do processo. A Nestlé informou que, em relação ao Moça Pra Toda Família, trata-se de uma alternativa que traz em sua fórmula os mesmos ingredientes do tradicional Leite Moça, em quantidades diferentes e com adição de soro de leite e amido, o que o torna um produto de menor desembolso. Segundo a empresa, a embalagem é diferente dos outros itens do portfólio de Moça, tem cor marsala e consta a identificação ‘mistura láctea condensada’. Além disso, é a única embalagem da linha que conta com a imagem de uma receita no painel frontal de um pudim. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.