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23/Ago/2022

Boi: Minerva maximiza as vantagens competitivas

Segundo o Itaú BBA, a Minerva investe para maximizar as vantagens competitivas da sua diversificação geográfica, aproveitando a dinâmica positiva do ciclo pecuário, ao mesmo tempo em que mantém estrutura de capital equilibrada. A Minerva está investindo em suas fábricas para elevar sua flexibilidade e aumentar ou diminuir suas taxas de utilização, conforme necessário. O principal objetivo é posicionar a empresa para se beneficiar do momento específico do ciclo pecuário em cada uma de suas áreas geográficas, ajustando rapidamente sua pegada e reduzindo a volatilidade da margem. Em termos práticos, quando um país tem um pico de custos e um aperto de margem a companhia será capaz de redirecionar rapidamente os volumes para outros locais com melhores margens. A ampla presença que a Minerva já tem na América do Sul é o que permite que a empresa sustente essa estratégia. Preços mais altos dos grãos aumentam a rentabilidade do gado a pasto no Brasil em relação ao confinado gado, e essa dinâmica provavelmente persistirá.

A administração acredita que a maior estrutura demanda por grãos, não só na exportação, mas também internamente no Brasil, impulsionada pelo biocombustível consumo da indústria, provavelmente melhora o apelo do uso de pastagens em oposição ao confinamento. A forte demanda chinesa por carne bovina deve permanecer estruturalmente alta daqui para frente. Para a companhia, a dinâmica de consumo da China mudou. Hoje, os chineses preferem a carne bovina em relação às outras proteínas. A Minerva usou a correlação de preços domésticos entre carne bovina e suína para ilustrar seu argumento. A tese é que a correlação entre os preços na China era muito alta até o início dos casos de peste suína africana (PSA), mas mesmo depois que os estoques de suínos da China foram reconstruídos e os preços da carne suína caíram os preços da carne bovina permaneceram altos (este é realmente o caso, pois os preços da carne suína caíram 45% desde o pico do surto em 2019, enquanto os preços da carne bovina aumentaram 12% no mesmo período).

Essa tendência ganhou ainda mais força durante a pandemia, pois mais refeições a base de carne estavam sendo preparadas em casa. Por esse motivo, a empresa está muito otimista sobre a demanda de exportação de carne bovina daqui para frente. A Minerva reiterou as perspectivas positivas para o ciclo pecuário no Brasil, o aumento da disponibilidade de gado no País e a melhora nas margens da carne bovina. A indústria parece ser mais “racional”, com players buscando melhorar suas margens em vez de ganhar quota de mercado. Essa tendência é um fator positivo para a Minerva. Historicamente, a indústria brasileira tem conseguido ajustar sua produção rapidamente para acomodar aumentos na disponibilidade de gado, mas não parece ser o caso desta vez, o que pode significar que o momento positivo vai durar mais tempo agora do que em ciclos anteriores.

A empresa também reiterou que poderia realizar fusões e aquisições na Austrália e na Colômbia, apesar de, por agora, um crescimento inorgânico significativo não ser a prioridade para a Minerva. A empresa tem falado sobre possíveis Fusões e Aquisições (F&A) na Austrália e na Colômbia, já que esses mercados se deterioraram recentemente devido a duras dinâmicas locais e pode haver boas oportunidades para realizar compras a preços atrativos. Ainda na frente de alocação de capital, a empresa não mira proteínas vegetais neste momento, embora provavelmente seja um impulsionador para nichos de mercado. O Itaú BBA comentou que, para a Minerva, proteínas à base de plantas são produtos de nicho que provavelmente não substituirão ou reduzirão a demanda por carne bovina. Assim, embora reconhecendo o potencial do mercado, a administração prefere manter-se consistente com sua estratégia de crescimento no setor de carne bovina e provavelmente ficará de fora das proteínas vegetais no curto prazo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.