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16/Ago/2022

Boi: perspectivas para pecuária nos próximos anos

Possível cenário para o amanhã do agronegócio brasileiro. Essa é a pergunta recorrente. Como será o amanhã? O futuro não existe, é uma quimera, mas como o mercado não se cansa de repetir essa pergunta a responderemos segundo o que imaginamos que acontecerá com a pecuária nos próximos anos. Nos 22 anos deste século, a pecuária brasileira evoluiu tremendamente, não é por acaso que o Brasil é protagonista global na exportação de carne bovina e a evolução e a inovação continuam. Certamente terminaremos esse século com uma pecuária totalmente diferente. Quem viver verá. Aliás, a pecuária vem crescendo desde a década de 1970, quando o Brasil priorizou a produção de alimentos, investindo em pesquisa e desenvolvimento. Produção de alimentos nos trópicos é com o Brasil. Carne e leite são alimentos nobres e fazem parte da dieta dos brasileiros. Um país de terceiro mundo com uma boa dieta. Mas, e os desvalidos, os de baixa renda?

Bem, a expectativa é de que a renda das classes sociais menos favorecidas melhore, que a logística de distribuição dos alimentos evolua racionalmente, que o desperdício seja minimizado e que o acesso à comida flua sem percalços. Mais gente será agregada ao mercado consumidor. Mas, não é somente no Brasil. O consumo de carne bovina deverá crescer no mundo, principalmente na América Latina, Ásia e África, pelas mesmas razões e por que a expectativa é de que a população global deverá crescer de 8 bilhões para 8,5 bilhões de pessoas nos próximos oito anos. No Brasil, a expectativa é de que a população cresça de 215 milhões para 225 milhões até 2030. Para fazer frente a essa demanda, a pecuária brasileira conta e contará com capins melhorados, mais nutritivos e mais produtivos. Com pastagens mais resistentes a condições hostis de produção, tais como solos encharcados, geada e seca. Outra mudança será a cessão de terras, hoje ocupada com pastagens, para a produção de grãos, sem que a produção diminua. Um fenômeno econômico.

A integração lavoura pecuária deverá aumentar, possibilitando a extração de três safras por ano e maior renda por hectare, fixando o homem no campo, fixando fazendeiros e trabalhadores no meio rural. Os fazendeiros, cuja característica brasileira é a juventude, serão mais tecnificados e estarão alicerçados em gerenciamentos racionais, de recursos e de riscos. A nutrição do solo, da planta e do bovino, será adotada normalmente e permitirá sistemas perenes de produção, cuja consequência será a possibilidade de melhoramento do rebanho bovino. O melhoramento genético por sua vez permitirá a terminação de rebanhos mais cedo, precocemente. O intervalo entre partos será menor, a conversão alimentar será mais eficiente, a desmama será mais pesada e os bovinos serão mais dóceis. Por fim, os protocolos sanitários serão regionais e, em função da melhoria da saúde animal, a mortalidade será menor. Esse será o amanhã. Fonte: Alcides Torres. Broadcast Agro.