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12/Ago/2022

Carnes: déficit de mão de obra para aves e suínos

Aurora, BRF, São Salvador e Seara (JBS), juntas, empregam mais de 100 mil pessoas no Brasil. Não por acaso, portanto, os gestores dessas companhias de carnes suína e de aves compartilham uma mesma preocupação: a falta de mão de obra qualificada. Eles buscam maneiras de reter bons profissionais em suas plantas frigoríficas, sem elevar demais os custos com a folha salarial. No caminho, disputam o interesse pelos trabalhadores com empresas de outros setores econômicos, que também estão demandando mais gente. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o déficit de mão de obra qualificada neste segmento é de 20 mil pessoas. Dados das empresas indicam que a São Salvador emprega 7,4 mil pessoas e a Aurora, 41 mil.

A Seara e a BRF não possuem informações detalhadas, mas sabe que a dona da Sadia tem mais de 100 mil colaboradores no mundo e a JBS, proprietária da Seara, cerca de 100 mil colaboradores no mundo e a JBS, proprietária da Seara, cerca de 250 mil funcionários. Mas, o déficit pode ser maior. Só em uma planta da São Salvador, o déficit é de 500 pessoas. A São Salvador, cujo faturamento alcançou R$ 5,8 bilhões em 2021, tem duas unidades de abate em Goiás. A falta de mão de obra representa um risco para as operações desses frigoríficos, já que alguns processos ainda não podem ser automatizados, e se reflete nos custos. É comum que as companhias tenham que elevar a remuneração dos trabalhadores para mantê-los. A Aurora Alimentos defende que é necessário acelerar os processos de qualificação e investir em tecnologia para suprir as necessidades.

A Aurora Alimentos faturou R$ 19,4 bilhões em 2021 e possui 17 frigoríficos no País. A estratégia da Seara para reter mão de obra envolve a criação de planos de carreira. Muitos entram como operadores e se tornam supervisores, e essa perspectiva de crescimento é importante. A empresa faturou R$ 36,5 bilhões em 2021. A BRF destacou o papel do segmento de proteínas para gerar empregos e renda no País. Não só nos grandes centros urbanos, mas também nos rincões. A receita da operação brasileira da dona da Sadia chegou a R$ 24 bilhões em 2021. A empresa tem 32 plantas de abate no País. Há vantagens e desafios da área de aves e suínos. Segundo a BRF, há um potencial gigantesco para avançar em carne suína. A indústria precisa desmistificar o preparo do produto.

Quando houver o mesmo grau de consumo per capita dos Estados Unidos, haverá uma oportunidade para o setor. É importante manter o status sanitário brasileiro, que tem sido um diferencial em momentos de crises no mundo, como as geradas pela peste suína africana (PSA) e pela gripe aviária. Mesmo em países com muita tecnologia, quando tem problema com doenças, a competitividade vai por água abaixo. Muitas empresas foram vendidas ou fecharam por questões de sanidade. Ressalta-se a dificuldade de se fazer gestão em propriedades rurais. Muitas vezes é mais difícil gerir uma propriedade do que uma pequena empresa. Então, o produtor precisa ficar atento. Problemas sempre vai haver, mas é preciso saber a causa e saber atacar a causa. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.