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11/Ago/2022

Boi: fraca demanda interna pressiona preço da carne

Os valores médios mensais da carne bovina (carcaça casada), negociada no mercado atacadista de São Paulo, atravessaram os sete primeiros meses de 2022 em movimento de queda. Neste começo de agosto, período do mês quando geralmente os preços da carne se sustentam, os valores ainda seguem enfraquecidos. A carcaça registra desvalorização de 0,44% na parcial deste mês. A oferta de bois para abate seguiu baixa ao longo deste ano, e as exportações, aquecidas. Assim, esse cenário de desvalorização da carne está atrelado ao baixo consumo da proteína bovina no mercado brasileiro, devido ao fragilizado poder de compra da população nacional, sobretudo em decorrência da elevada inflação.

No acumulado deste ano (entre dezembro/2021 e a parcial de agosto/2022), a carcaça casada bovina registra desvalorização de 8,31%, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI). A média da parcial deste mês da carcaça está em R$ 20,20 por Kg, sendo 2,13% inferior à média de julho/2022, 7,74% abaixo da de agosto/2021 e, também, a menor média real desde outubro de 2019, quando esteve em R$ 17,95 por Kg. Dentre os cortes bovinos, o que vem mais influenciando a carcaça casada é a desvalorização do traseiro, que tem maior valor agregado. No acumulado da parcial deste ano, o valor médio mensal do traseiro registra queda de 16%, a R$ 22,69 por Kg em agosto. O dianteiro bovino, que representa os cortes de menor valor agregado, se valorizou 3,17% na parcial de 2022, com a média de agosto a R$ 17,77 por Kg.

É importante ressaltar que, analisando-se a série de preços da carne negociada no mercado atacadista de São Paulo, verifica-se que os valores do traseiro geralmente registram queda no primeiro semestre, mas se recuperam no segundo. No caso do dianteiro, o movimento é o contrário, com alta nos preços na primeira metade do ano e recuos na segunda metade. No entanto, neste ano, o que chama a atenção é o limitado avanço nos preços médios mensais do dianteiro, o que evidencia a menor demanda. Na contramão do mercado doméstico, as cotações da carne exportada continuam em escalada ao longo deste ano. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o valor médio da carne bovina in natura vendida pelo Brasil foi de R$ 35,15 por Kg em julho/2022, alta nominal de 22,86% neste ano e de 25,44% em 12 meses (frente à média de julho/2021).

Essa valorização se deve à aquecida demanda externa pela carne brasileira. Diante disso, a diferença entre os preços da carne destinada ao mercado interno e a exportada foi a maior da história em julho/2022, de R$ 14,41 por Kg, com vantagem para proteína enviada ao exterior. Até então, a maior diferença era a registrada em junho deste ano, de R$ 13,95 por Kg. As exportações brasileiras de carne bovina in natura fecharam a primeira semana de agosto somando 39 mil toneladas, com média diária de embarques a 7,879 mil toneladas. Em julho, a média estava em 7,966 mil toneladas, e em agosto/2021, em 8,255 mil toneladas. Caso o atual ritmo seja mantido até o final de agosto, o volume exportado pode ficar acima das 170 mil toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.