04/Ago/2022

Os preços dos pintos de um dia destinados à produção de frangos que, historicamente, têm sofrido poucas variações durante o ano, tiveram elevações consecutivas no decorrer do mês de julho, atingindo patamares recordes. No acumulado de julho, o pinto de corte negociado no estado do Paraná registrou valorização de 9,26%, comercializado a R$ 2,54 por cabeça, o maior valor nominal da série do Cepea iniciada em 2014. A valorização está atrelada à maior demanda pelo insumo, além do elevado custo de produção nas incubadoras. O elevado custo de produção afeta todos os segmentos da produção animal, grandes consumidores de milho e farelo de soja. Mas, o segmento produtor de pintos de corte enfrenta agravantes. Um deles está relacionado ao atual plantel de reprodutoras. A produção de pintos de um dia até agora registrada teve como origem reprodutoras alojadas no ano passado.

E, em 2021 o plantel reprodutor aumentou apenas 0,5% em relação a 2020, tendo, portanto, evolução real negativa. Mas, o que mais afeta a oferta atual é a menor produtividade do plantel, problema que atinge a avicultura mundial, e que se reflete sobre dois fatores distintos de produção: no número de ovos férteis por matriz alojada e/ou nos índices de eclosão dos ovos incubados. Parte desse problema veio à tona recentemente, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a produção de ovos férteis do primeiro trimestre de 2022: queda não só em relação ao primeiro trimestre de 2021 (-1,5%), mas também em relação ao mesmo trimestre de 2020 (-0,5%). Não que todos os ovos férteis produzidos tenham sido destinados à produção de pintos de corte, mas a maior parte deles teve esse fim. A queda está atrelada ao setor de corte.

Já os recuos nos níveis de eclosão são confirmados pelo próprio segmento produtivo. Assim, os produtores de ovos férteis que tradicionalmente comercializam parte de sua produção e que garantiam volume de pintos equivalente a, no mínimo, 82%-83% dos ovos incubados, agora reduziram esse índice para, no máximo, 80%. A perda de 2,5% no índice de eclosão (de 82,5% para 80%) solicita um adicional de ovos férteis de mais de 3% para obter o mesmo número de pintos de um dia. E, como foi visto, a produção de ovos férteis é inferior ao primeiro trimestre de 2020. Ainda não é conhecido o volume de reprodutoras de corte alojadas nos seis primeiros meses de 2022 e que, paulatinamente, entram em produção no decorrer do corrente semestre. Mas, já observa-se programação de compras de ovos férteis e/ou de pintos de um dia para 2023. Fonte: AviSite. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.