ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

04/Ago/2022

Suíno: preços em baixa estimulam maior consumo

Em um cenário de maior oferta no mercado interno, a carne suína deu sinais de trégua na inflação para o consumidor brasileiro. No acumulado de 12 meses até junho, os preços do produto registraram queda de 5,21%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A baixa é a maior entre os 18 cortes que compõem a variação das carnes no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial de inflação do País. Dentro do segmento, além da carne suína, apenas a carne de carneiro (-2,15%) e a capa de filé (-0,12%) caíram no mesmo período. A maior alta nas carnes, por outro lado, foi registrada pelo contrafilé bovino (11,12%), seguido pela picanha (9,21%).

A trégua nos preços suínos está associada ao recuo das exportações, o que acabou aumentando a oferta no mercado brasileiro nos últimos meses. No primeiro semestre, os embarques de carne suína fresca, refrigerada ou congelada caíram 8,4% em volume ante igual período de 2021, para 458,1 mil toneladas, conforme dados do comércio exterior disponibilizados pelo governo federal. O freio nos embarques foi puxado pela China, que dá sinais de recomposição do rebanho local, castigado nos últimos anos pela peste suína africana (PSA). Em 2020, quando os preços da suinocultura atingiram ápice, houve investimentos no setor no Brasil. Mas, em 2022, a demanda chinesa recuou.

Dados da pesquisa do IBGE sobre abates ilustram o contexto de alta no potencial de produção. No primeiro trimestre deste ano, o abate de suínos alcançou 13,64 milhões de cabeças no Brasil, uma alta de 7,2% em relação ao mesmo período de 2021. Trata-se da maior quantidade para o intervalo de janeiro a março desde o início da série histórica do levantamento, em 1997. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/ESALQ), a China dá sinais de estar recompondo o rebanho, e o consumo interno no Brasil não absorveu toda a quantidade de carne. A carne suína é uma opção intermediária. É mais barata do que a bovina e um pouco mais cara do que o frango.

O que muitas vezes acontece é o brasileiro migrar de forma direta da carne bovina para o frango em períodos de escalada da inflação. Projeção da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) sinaliza consumo maior em 2022. Em 2021, o consumo per capita de carne suína no País foi estimado em 16,7 quilos. Diante da queda recente dos preços, a entidade aposta em uma alta em 2022. A projeção é de o consumo alcançar neste ano até 18 quilos per capta, alta próxima a 8%. Houve diminuição das exportações e maior oferta no mercado interno. Assim, o suíno está bem mais competitivo do que a carne bovina, e é um substituto perfeito em receitas. A população está consumindo mais. Mesmo com o possível incremento até o final do ano, a carne suína ainda deve ficar distante da procura por frango.

O consumo per capita de frango foi de 45,5 quilos no País em 2021 e, para este ano, a ABPA projeta estabilidade. Dados do IPCA sinalizam que, em 12 meses até junho, o frango em pedaços acumulou inflação de 22,14%. O frango inteiro subiu 16,18% em igual período. No IPCA, o frango não entra no grupo das carnes. Faz parte do segmento de ovos e aves. Os preços da carne suína ganharam competitividade. O alívio na inflação vem após aumentos nos preços durante a fase inicial da pandemia. Até junho de 2021, por exemplo, a carne suína chegou a acumular alta de 32,65% em 12 meses. Fonte: O Tempo. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.