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03/Ago/2022

Lácteos e as mudanças no perfil dos consumidores

A sociedade está mudando. À medida que a geração baby boomer envelhece e lentamente deixa este mundo, uma nova força de consumidores está surgindo e desafiando a forma como a indústria de laticínios faz negócios. Durante décadas, os baby boomers (nascidos entre 1955-1964) foram os principais clientes dos produtos lácteos. Eles cresceram bebendo leite em todas as refeições e desfrutavam de uma variedade de laticínios. Essa geração era conhecida por sua lealdade e preferência por marcas e mantinham hábitos. Ainda existem 73 milhões de baby boomers, mas essa geração está desaparecendo lentamente e forçará as empresas de laticínios a enfrentar novas realidades de consumo. A nova onda de consumidores é a Geração X (nascidos entre 1965-1980) e os millennials (nascidos entre 1981-1996). O grupo Gen X (50 milhões nos Estados Unidos) está servindo como uma espécie de amortecedor entre os baby boomers e os millennials.

Eles ainda mantêm alguns dos valores centrais dos boomers quando se trata de compras de alimentos, no entanto, também estão cientes das advertências que os anti-laticínios lançaram contra nossa indústria ao longo dos anos, como crueldade animal, altos níveis de gordura em produtos lácteos e a aumento de bebidas alternativas para competir com o leite. Os millennials (83 milhões de pessoas) estão desafiando ainda mais os pontos de vista tradicionais sobre o consumo de alimentos. Essa geração investe fortemente na internet e obtém a maior parte de suas informações das mídias sociais. Durante anos, eles foram inundados pela negatividade sobre os laticínios. Seu medo os levou a produtos alternativos, como bebidas à base de plantas. Eles também desejam investir emocionalmente nas empresas de quem compram seus alimentos, observando a “mensagem” da empresa sobre as práticas de sustentabilidade e como elas podem ajudar o mundo.

Os Gen X evitam a publicidade tradicional, preferindo acreditar no que está nas mídias sociais. Os millennials adotam produtos “produzidos localmente” porque lhes dá uma conexão com sua fonte de alimento. Eles buscam transparência na produção de alimentos e tendem a acreditar em alegações de que produtos alternativos e não lácteos são melhores do que os reais. Para a indústria de laticínios isso significa, em primeiro lugar, que não se pode ignorar a geração X e os millennials, supondo que, como seus pais, os baby boomers, sempre comprarão laticínios. Esses grupos de última geração estão sendo bombardeados com mensagens negativas sobre laticínios, enquanto, posteriormente, são romanceados por bebidas alternativas e produtos alimentícios não lácteos. A indústria de laticínios deve atender aos desejos da geração X e dos millennials para mantê-los como clientes. As organizações nacionais e estaduais de comercialização de laticínios precisam chegar a esses consumidores e aplacar suas preocupações com os produtos lácteos.

Sua mensagem precisa ser sobre os produtores que usam boas práticas agrícolas e de cuidados com os animais e são administradores da terra. A mensagem também deve se concentrar em como as fábricas de laticínios estão reduzindo suas pegadas de carbono para ajudar a melhorar o meio ambiente. É preciso fazer uma conexão com essas gerações e mostrar como apenas produtos lácteos genuínos podem oferecer uma ampla variedade de benefícios à saúde do seu corpo. O foco deve estar não apenas no sabor dos produtos lácteos, mas também nos nutrientes essenciais que podem ser acumulados. As gerações mais jovens não podem ser tidas como garantidas, supondo que sempre consumirão produtos lácteos como seus antepassados consumiam. A indústria de laticínios precisa se conectar com eles de maneiras novas e inovadoras. É preciso estar presente nas mídias sociais, fazer conexões pessoais entre eles e o que produz. Também é preciso alardear a mensagem de sustentabilidade e boas práticas que beneficiem o planeta.

E, o mais importante, é preciso promover incansavelmente o sabor superior e os benefícios para a saúde que apenas os produtos lácteos reais podem oferecer. Trata-se de uma nova geração de consumidores. O marketing e a publicidade tradicionais não são mais ferramentas eficazes. É necessário atender a esses novos consumidores em seu território e personalizar a mensagem para apaziguá-los. A indústria deve contar sua “história” no site, pois os jovens consumidores certamente visitarão quando pesquisarem os produtos. Também é preciso combater a desinformação negativa sobre produtos lácteos na internet. Os métodos de vendas testados e comprovados do passado não são mais eficazes. Mas, o setor poderá vencer esta batalha se estiver disposto a usar métodos transformadores na forma como faz negócios. Os tempos estão mudando e os laticínios devem fazer o mesmo. Fonte: Wisconsin Dairy Products Association. Dairy Foods. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.