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29/Jul/2022

Lácteos: custos do setor sobem acima da inflação

O primeiro semestre de 2022 chamou a atenção para o avanço nos valores dos derivados lácteos. Mas, uma análise mais criteriosa mostra que há um processo de pelo menos 12 anos de elevação dos custos de produção acima da inflação geral da economia. A comparação entre o IPCA e o ICP-Leite da Embrapa mostra que, desde 2011, existe um descolamento entre o avanço dos custos para produção de leite e o aumento dos valores dos demais itens da economia. Os valores envolvidos com a produção de leite crescem em velocidade maior que a média geral.

Nesse cenário, a retração econômica e a perda de renda dos mais pobres dificulta o repasse dos custos ao consumidor. Mesmo com os preços ao produtor acompanhando os custos, o setor produtivo como um todo não tem conseguido manter as taxas de crescimento do passado. Neste ano, o primeiro trimestre apresentou uma queda inédita de mais de 10%, e é provável que terminemos o ano uma retração de 7% a 8%, novamente inédita. Custos em alta estrutural e corrosão da renda do consumidor mudam as perspectivas do crescimento da atividade.

De 2000 a 2014, houve uma forte expansão da base de consumo de leite, motivada pelo aumento da renda e por custos de produção que mantinham o produto competitivo para o consumidor. Esse período acabou e não há mais o leite barato do passado. O resultado disso é um novo equilíbrio entre oferta e demanda. O período em que o setor mirava em 200 Kg de leite por habitante ao ano ficou para trás. As estimativas atuais sugerem que o ano de 2022 deve fechar com pouco mais de 150 Kg de leite por habitante. Este é o valor de 2009. O mercado total por volume, que inclui o aumento populacional, retorna a níveis de 2010-2011. Esse é o tamanho do ajuste. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.