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29/Jul/2022

Produtos de origem animal: resíduos de defensivos

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) apresentou nesta quinta-feira (28/07) resultados de testes sobre a presença de resíduos de defensivos em alimentos ultraprocessados de origem animal, como carnes e leites. Foram 24 amostras de produtos de 8 categorias de alimentos ultraprocessados que estão entre alguns dos mais consumidos pelos brasileiros, como salsicha, empanado de frango e requeijão. Os resultados foram bastante preocupantes. De 24 ultraprocessados derivados de carnes e leite analisados, 14 apresentaram resíduos de defensivos. Todas as categorias de produtos de carne e 2 das 3 marcas de requeijão apresentaram resíduos desses compostos, entre eles o glifosato, considerado como provável cancerígeno pela ONU.

Apesar de já ter sido proibido em diversos países, no Brasil continua sendo o defensivo mais aplicado no campo. Os produtos em que se encontrou mais resíduos destes compostos foram o Empanado de Frango (nugget) Seara, com 5; o Requeijão Vigor, com 4; e empatados no terceiro lugar do ranking, estão o Requeijão Itambé e o Empanado de Frango (nugget) Perdigão com 3 cada. As bebidas lácteas Nescau, Toddy e Pirakids e os iogurtes Activia, Nestlé e Danone não apresentaram resíduos. Ainda assim, é possível que o produto analisado tenha dado resultado negativo para a presença de resíduos nesse lote, mas que o resultado seja diferente para outros lotes. O Instituto enviou notificações para todas as empresas responsáveis pelos produtos analisados em que foram encontrados os defensivos.

Os dados também foram enviados ao Ministério da Agricultura e comunicados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), apesar da agência ter a política de só monitorar a presença dessas substâncias em alimentos in natura. O Idec considera essa brecha no monitoramento de defensivos em ultraprocessados preocupante. Muitas pesquisas anteriores, e inclusive o próprio programa de monitoramento da Anvisa, identificaram resíduos em frutas, legumes e verduras in natura, o que pode induzir o consumidor a pensar que esses alimentos são menos seguros do que os ultraprocessados. As pesquisas do Idec vêm para expor essa lacuna e para cobrar do governo a realização do monitoramento, a fiscalização, e a ampla divulgação dos resultados das testagens de resíduos em alimentos, e a expansão das análises para incluir os ultraprocessados.

O Idec encomendou a análise a um laboratório que é referência nacional, acreditado pelo Inmetro, credenciado no Ministério da Agricultura e utilizado pela Anvisa. O resultado foi organizado pela equipe multiprofissional do Instituto e transformado numa cartilha detalhada. Em 2021, foi publicada a primeira edição do estudo em que se evidenciou pela primeira vez um perigo duplo: além de causarem problemas crônicos de saúde, os ultraprocessados (bebidas, biscoitos e bolachas) também estão contaminados com defensivos. Agora, em 2022, o segundo volume da pesquisa é realizado com o mesmo método científico e metodologia de testagem destes compostos, mas desta vez analisando ultraprocessados de origem animal. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.