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14/Jul/2022

Boi: China é o principal destino da carne brasileira

O desempenho recorde registrado com as vendas externas de carne bovina ao longo do primeiro semestre foi ancorado pelos envios da proteína à China e aos Estados Unidos. E, considerando-se o comportamento das exportações verificado nos últimos anos, em que os envios da proteína brasileira tanto ao país asiático quanto ao norte-americano se intensificam no segundo semestre, os embarques nacionais podem se manter aquecidos nos próximos meses e renovar, portanto, o recorde anual. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), considerando-se os envios totais de carne (in natura e industrializados), foram mais de 1 milhão de toneladas exportadas pelo Brasil de janeiro a junho de 2022, sendo que a metade desse volume (50,84%), mais precisamente, 539,98 mil toneladas, teve como destino a China.

A quantidade de carne embarcada ao país asiático ao longo deste ano cresceu 35% frente ao mesmo período de 2021. Diante disso, a China vem se sustentando, há três anos, como principal destino da carne bovina brasileira (com exceção dos meses de outubro/2021, novembro/2021 e dezembro/2021, quando os envios da proteína ao país asiático foram suspensos, por conta de registros de dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) ou “mal da vaca louca” no início de setembro em Mato Grosso e Minas Gerais. Os Estados Unidos, por sua vez, também têm sido importantes parceiros comerciais do setor pecuário nacional. O país, que acabou liderando as compras justamente em novembro e dezembro do ano passado, vem intercalando, ao longo do primeiro semestre, a segunda posição com o Egito.

No balanço do primeiro semestre, os Estados Unidos ainda sustentam a segunda posição dentre os maiores destinos da carne brasileira (espaço que em anos anteriores era ocupado por Hong Kong), somando aquisição de 78 mil toneladas, volume 84% maior que o de janeiro a junho de 2021. Essa quantidade representa 7,35% do volume exportado pelo Brasil a todos os destinos de janeiro a junho deste ano. O Egito vem na terceira posição, com os embarques brasileiros ao país totalizando 70,9 mil toneladas neste ano, mais que o triplo do exportado no primeiro semestre de 2021 (de apenas 21,2 mil toneladas). Vale destacar que a China, ao longo de 2021, foi destino de 723,44 mil toneladas, representando 39% do total exportado pelo Brasil.

Nesse mesmo período, os Estados Unidos receberam 138,44 mil toneladas, que corresponderam por 7,5% do total. Diante disso, o volume exportado à China nos seis primeiros meses deste ano já representa 74,64% do total de 2021, número que ajuda a traçar um cenário ainda favorável para a pecuária. Isso porque, com exceção de 2021, as compras chinesas no Brasil aumentaram no segundo semestre frente à primeira metade do ano (de 2018 a 2021, o crescimento médio das vendas entre o primeiro e o segundo semestres foi de 53%). O cenário é o mesmo quando se avalia o desempenho dos envios aos Estados Unidos, considerando-se os dados de 2018 a 2021, o volume exportado pelo Brasil ao país norte-americano cresce, em média, 72% entre o primeiro e o segundo semestres. E, para reforçar estes envios externos, o dólar está operando em elevado patamar, ao passo que as vendas no mercado doméstico seguem enfraquecidas, contexto que deve manter frigoríficos exportadores focados neste canal de escoamento.

O valor pago pela China pela carne bovina brasileira teve média de US$ 7,33 por Kg em junho, alta de 12,42% frente ao mês anterior. De janeiro a junho, o preço pago pela China já aumentou 17,41%, enquanto a média de todos os países teve elevação de 29,22%, mostrando que também há uma busca mundial pela carne brasileira. Apesar dos movimentos ainda firmes da China, os dados preliminares de exportações de carne bovina in natura de julho mostram estabilidade nas vendas externas. Até a segunda semana do mês, o Brasil exportou 43,85 mil toneladas de carne bovina in natura, com média diária de 7,309 mil toneladas. Caso esse ritmo seja mantido até o final de julho, o embarque deve somar 150 mil toneladas, um pouco abaixo do registrado em julho de 2021, de 165,51 mil toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.